A Regional de Saúde de Montes Claros iniciou nessa terça-feira (4/2), um trabalho de reforço na distribuição de vacinas contra o sarampo para 54 municípios que compõem a sua área de atuação. A iniciativa visa a realização da Campanha Nacional de Vacinação que será iniciada na próxima segunda-feira, 10 de fevereiro. Segundo o Ministério da Saúde ainda está ativa a circulação do vírus do sarampo no país e, por isso, há necessidade de proteger a população contra a doença.

VACINA

A primeira etapa da Campanha prossegue até 13 de março tendo como público alvo pessoas na faixa etária de cinco a 19 anos de idade. Nesta primeira fase o Dia D de mobilização nacional está marcado para 15 de fevereiro.

Já no período de 3 a 31 de agosto a Campanha terá continuidade com foco nas pessoas com idade entre 30 e 59 anos. Nesta etapa o Dia D de mobilização nacional está previsto para 22 de agosto.

Em Minas Gerais, o Ministério da Saúde estima que, na faixa etária de cinco a 19 anos, 529.417 pessoas ainda não tomaram a primeira dose da vacina contra o sarampo. Já em 54 municípios que integram a área de atuação da Regional de Saúde de Montes Claros a estimativa é de que 160.656 pessoas precisam ser vacinadas.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que “a Campanha tem o objetivo de resgatar pessoas de cinco a 19 anos de idade não vacinadas ou com esquema de vacinação incompleto para o sarampo. Para atingir o maior número de pessoas será importante que os municípios articulem ações visando alcançar as pessoas não vacinadas, visto que a estimativa do Ministério da Saúde é de que, no país, mais de 3 milhões de habitantes ainda não tomaram a primeira dose da vacina ou estão com o esquema vacinal incompleto”, observa.

Como a Campanha será seletiva, os cartões de vacina ou caderneta de vacinação serão avaliados pelos profissionais que trabalham nas salas de imunização dos municípios. A previsão é de que, em todo o país, 36 mil salas de vacinação estarão disponíveis para o atendimento da população.

Para maior adesão do público alvo, os municípios deverão adotar várias estratégias, entre elas a vacinação “extramuros”, ou seja, em locais onde haja maior concentração de pessoas. Além disso, as secretarias municipais de saúde deverão implementar ações de divulgação e mobilização social.

Para utilização correta das vacinas, o Ministério da Saúde orienta que os municípios devem organizar suas equipes com as devidas atribuições: profissionais para triagem, vacinação e registro das doses aplicadas. As unidades de atenção primária à saúde deverão realizar a digitação dos dados no sistema de informação que estiver em vigor na sala de vacina: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) ou e-SUS AB.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas.

Os principais sintomas do sarampo são: febre acompanhada de tosse; irritação nos olhos; nariz escorrendo ou entupido e mal estar intenso. Em torno de 3 a 5 dias podem aparecer sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

Prevenção

A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina. Os critérios de indicação da vacinação são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta as características clínicas da doença, a idade, ter adoecido por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos.

Dose zero: Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de 6 meses a menores de um ano devem tomar uma dose extra. Já a primeira dose deve ser aplicada nas crianças ao completarem 12 meses de vida (um ano). Já a segunda dose será aplicada aos 15 meses de idade, válida por toda a vida.

Quem tem entre um e 29 anos e recebeu apenas uma dose, recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina. Já quem comprova ter tomado as duas doses do imunobiológico não precisa ser novamente vacinado.

Por outro lado, as pessoas que não tomaram nenhuma dose da vacina, perdeu o cartão ou não se lembra de ter sido imunizado deve seguir o seguinte esquema: de um ano a 29 anos de idade são necessárias duas doses da vacina; de 30 a 49 anos, apenas uma dose.

A vacina não é indicada para mulheres grávidas. Isso porque, o imunobiológico é produzido com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que a deixa mais vulnerável. Por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.

Por Pedro Costa