O Norte de Minas deve se preparar para mais um período de alta transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e, por esse motivo, a mobilização da população precisa ser intensificada, visto que a maioria dos focos do mosquito está dentro das residências. Esse foi um dos principais temas debatidos nesta quinta-feira, 28/11, em Montes Claros, durante o Seminário Regional de Atualização sobre Arboviroses promovido pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Regional de Saúde de Montes Claros. Participaram coordenadores de Atenção Primária, Vigilância Epidemiológica e de Endemias de vários municípios que integram a área de atuação da Regional de Saúde.

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Na abertura do seminário, a superintendente regional de saúde, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, lembrou da importância das secretarias municipais de saúde investirem em ações de prevenção e de preparação dos profissionais de saúde para enfrentamento do próximo período de alta transmissão da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus. “Com a chegada de um novo período de chuvas, a tendência é de que haja aumento dos focos do Aedes aegypti. Investir em ações de prevenção evita que pacientes acometidos por alguma das arboviroses venham a ter a situação de saúde agravada e vir a óbito por causa de doenças que podem ser prevenidas”, frisou a superintendente.

A secretária municipal de saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, destacou que a iniciativa da SES-MG de voltar a alinhar ações com os municípios é importante visto que existe a preocupação com a possibilidade de ocorrência de novos surtos das doenças transmitidas pelo Aedes, tendo como base os últimos indicadores de proliferação do mosquito. “É alto o investimento financeiro realizado pelos municípios nas ações de enfrentamento do Aedes aegypti, sendo por isso necessário que as secretarias de saúde invistam em ações de educação em saúde e de mobilização de todos os segmentos da população, para que a eliminação de focos do mosquito obtenha resultados realmente satisfatórios, destacou Dulce Pimenta”.

Já o promotor de Defesa da Saúde, Leandro Pereira Barbosa, ressaltou que o Ministério Público vai cobrar dos municípios a execução de ações voltadas para o combate ao Aedes aegypti e de atendimento das demandas da população acometida por alguma das doenças transmitidas pelo mosquito. “Isso porque o Governo do Estado já dispõe de políticas voltadas para o enfrentamento do Aedes e das arboviroses e, por esse motivo, cabe aos municípios colocar em prática as linhas de ações já delineadas. O Ministério Público é parceiro, mas também precisa cobrar o cumprimento das ações que são da responsabilidade dos agentes públicos, aí se incluindo secretários e prefeitos”, concluiu Leandro Barbosa.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, lembra que por causa das chuvas o período do verão é o mais propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, é a época de maior risco de infecção por dengue, Chikungunya e Zika Vírus. Nesse contexto, a programação do seminário teve como foco a apresentação da situação epidemiológica das arboviroses, as ações que os serviços de Atenção Primária precisam desempenhar no atendimento das demandas da população, o manejo clínico de pacientes acometidos por arboviroses ou por febre amarela, imunização;, além de assistência laboratorial e farmacêutica.

Planos de Contingência

No dia 5 de dezembro, a Regional de Saúde de Montes Claros realizará um encontro com os coordenadores de Vigilância Epidemiológica e Ambiental dos 53 municípios que integram a sua área de atuação, com o objetivo de definir ações para o cumprimento dos planos de contingência elaborados pelas secretarias de saúde. Os planos norteiam as ações dos municípios na eliminação de focos do Aedes aegypti e controle das doenças transmitidas pelo mosquito.

Durante o encontro, serão revistos os procedimentos que devem ser adotados pelos municípios, desde a eliminação de focos do Aedes e notificação correta das doenças transmitidas pelo mosquito, fluxos de atendimento de pacientes nos serviços de atenção primária à saúde e na rede hospitalar, assistência farmacêutica e coleta de amostras para realização de exames laboratoriais.

Por Pedro Ricardo