Nos dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro, a Regional de Saúde de Varginha promoveu, no auditório da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), o Seminário Integrado sobre o Manejo Clínico da Febre Amarela. O público foi formado, no primeiro dia, por médicos de hospitais, pronto-atendimentos e Atenção Primária de municípios da jurisdição da Regional de Saúde. Já no segundo dia, o público foi composto por coordenadores e profissionais da Atenção Primária, coordenadores de Vigilância Epidemiológica e enfermeiros de hospitais e pronto-atendimentos.

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Paulo Henrique Pazotti, coordenador da Vigilância em Saúde da Regional de Varginha, deu início ao evento ressaltando a importância da presença dos profissionais no seminário. "O evento trata de um tema relevante nos dias atuais e que pode causar muitos questionamentos pela população, devido ao momento pelo qual o país passa com relação à Febre Amarela", comentou. Um das questões levantadas por Paulo é de que o Estado de Minas Gerais não está realizando fracionamento de vacinas, assim como ocorre em outras regiões do país.

Luiz Carlos Coelho, médico infectologista, foi o palestrante convidado para apresentar aos médicos presentes a situação da Febre Amarela na região. Na ocasião, ele reafirmou a importância desses profissionais estarem aptos a fornecer informações corretas a respeito da doença, como também incentivar as pessoas a se vacinarem. O médico apresentou, ainda, preceitos básicos como a definição da doença, sua transmissão, o período de incubação, transmissibilidade, letalidade, além de descrever a definição de caso suspeito e os quadros clínicos da Febre Amarela. A classificação dos casos em grupos A, B e C – leve, moderada e grave – foi também exposta, bem como sinais, sintomas e alterações laboratoriais referentes a cada um dos mesmos.

Foi apresentado no seminário o manejo clínico dos casos suspeitos, que passa pela avaliação inicial, exames laboratoriais, coleta de amostras para exames específicos e classificação de pacientes por grupos, bem como a conduta a ser tomada por grupo e os critérios para internação. O fluxograma para atendimento da Febre Amarela foi detalhado por Poliana Pereira, referência do Núcleo de Redes da Regional de Saúde de Varginha. "O contato com o CIEVS – Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde - deve ser realizado imediatamente quando do surgimento de casos suspeitos, para que se possa realizar o encaminhamento adequado e em tempo oportuno daquele paciente”, reforçou. Poliana também apresentou a listagem da Rede Hospitalar de referência para os casos da doença. "Embora haja hospitais referenciados no Estado e região para atendimento dos casos de Febre Amarela, os demais hospitais da Rede devem, sim, prestar atendimento aos casos que chegarem nas portas de entrada, conforme estabelecido nos fluxos pré-determinados”, frisou. Com relação às Regionais que possuem SAMU Macrorregional, Poliana destacou que é o SAMU quem avalia, regula e define com o SUS Fácil, de médico para médico, o encaminhamento do paciente.

No dia 01/02, destinado a coordenadores e profissionais da Atenção Primária, coordenadores de Vigilância Epidemiológica e enfermeiros de hospitais e pronto-atendimentos, a programação se iniciou com Janaína Fonseca Almeida, diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), apresentando o cenário nacional. Janaína falou sobre as epizootias em primatas e a vigilância das mesmas. "O controle vetorial contra o Aedes deve continuar de forma bastante intensa neste período, por meio de ações como bloqueio, visitas casa a casa, UBV nos limites de áreas urbanas, dentre outras”. Paulo Henrique Pazotti, coordenador da Vigilância em Saúde da Regional de Varginha, apresentou o tema “Vigilância em Saúde no Enfrentamento da Febre Amarela”, detalhando a organização da Regional quanto à vigilância de primatas e o fluxo que a unidade estabeleceu mediante este período.

Patrícia Bento, referência do Núcleo de Atenção Primária da Regional de Saúde de Varginha, apresentou a organização da Atenção Primária à Saúde no enfrentamento à Febre Amarela, destacando que deve ser hábito dos profissionais de saúde acessar sempre o site destinado à Febre Amarela (www.saude.mg.gov.br/febreamarela). "As informações sobre a doença no site da Saúde Estadual são muito dinâmicas e devem ser compartilhadas”, destacou. Patrícia ainda frisou que a equipe deve estar sempre atenta para que, mesmo durante as visitas domiciliares, seja possível avaliar os sinais iniciais que um paciente suspeito da doença possa apresentar. Orientações quanto à conduta com crianças e gestantes, mulheres que estiverem amamentando e as diretrizes para que as secretarias municipais de saúde organizem os serviços de modo a atender a população de forma efetiva também foram questões apresentadas. Daniella Campos, referência da Diretoria de Promoção à Saúde da SES-MG, reforçou a fala sobre organização dos serviços e ressaltou que o fluxograma e o Manual de Manejo Clínico da Febre Amarela devem ser materiais de fácil e constante acesso aos profissionais das Unidades. A Organização da Rede Assistencial para atendimento à Febre Amarela, bem como os hospitais referenciados para este atendimento, leitos de retaguarda em UTI adulto foram também apresentados na ocasião, pela referência do Núcleo de Redes da Regional de Saúde de Varginha, Poliana Pereira.

O evento se encerrou com a apresentação, por Janaína Fonseca e Renata Siqueira Júlio, coordenadora do Programa de Imunizações da Regional de Varginha, das ações de imunização que devem ser consideradas, tais como divulgação, plano de ação, registro no Sistema de Informação – SIPNI, busca ativa, realização de Dia “D” e disponibilização de unidades volantes de vacinação. “O cartão de vacinação não deve ser considerado apenas um registro, mas um documento pessoal e preservado como tal”, alertou Janaína.

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Por Tânia Corrêa Machado