Saúde Mental foi pauta de reunião presencial realizada na sede da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, promovida pela Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Ponte Nova. O encontro reuniu cerca de 60 pessoas, entre profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), referências municipais, gestão hospitalar e secretários municipais de Saúde da área de abrangência da SRS. O objetivo foi discutir a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no âmbito da microrregião de Ponte Nova, de forma a desenvolver práticas que favoreçam a integralidade do cuidado em Saúde Mental.

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Segundo a referência técnica da CAS, Karen de Fátima Ségala, o encontro veio em época oportuna devido ao surgimento de novas resoluções estaduais de supervisão clínica institucional e abertura de leitos de Saúde Mental em hospital geral. “É fundamental que a Raps esteja bem delimitada, com definição clara dos papéis de cada serviço, com acolhimento e oferta de cuidado multiprofissional contínua aos usuários”, declarou. Karen ainda lembrou que o cenário de pandemia também ocasionou aumento no adoecimento mental da população, o que requer um olhar cuidadoso às novas demandas que estão surgindo.

De acordo com a coordenadora da CAS, Saskia Albuquerque Drumond, esse evento foi uma oportunidade de alinhamento da Raps e dos novos serviços que estão sendo implementados. “Temos que suprir as deficiências históricas da rede, mas, para que ela se efetive, é preciso considerar a participação da Atenção Primária como ponto fundamental. É por meio dela que são criados os vínculos com o território e com a família. Os serviços que estão sendo criados não podem trabalhar de forma independente, necessitando fortalecer os laços e se integrar verdadeiramente à rede”, enfatizou.

Ela também abordou a disponibilização de recursos, por meio da Resolução SES-MG 7857, de 17 de novembro de 2021, que trata de incentivo às equipes multidisciplinares, com ênfase aos cuidados pós-covid-19, que também abarcam os transtornos mentais oriundos da pandemia.

Dinâmica

A supervisora clínica do Caps Ponte Nova, Cristiane Santos Souza Nogueira, realizou a “dinâmica de barbante” com os participantes, quando cada um amarra um ponto em si e joga o rolo para outro, formando uma teia. “Essa pluralidade de representações no encontro faz muita diferença e a dinâmica proposta é uma provocação necessária. A rede se caracteriza pela heterogeneidade e horizontalidade, onde cada um tem sua importância e ninguém é maior que ninguém”, pontou. A profissional ainda abordou o conceito de tecnologias leves no cuidado em Saúde Mental, que são ligadas às relações que produzem vínculos, acolhimento, autonomização, responsabilização e gestão como forma de governar os processos de trabalho.

Por fim, a enfermeira do Caps Ponte Nova e referência dos leitos de retaguarda de Saúde Mental no Hospital Nossa Senhora das Dores, Melina Repolês, apresentou o fluxo para os leitos de retaguarda da microrregião de Ponte Nova. Foram pontuados alguns ajustes pelos presentes, de forma a melhorar os encaminhamentos. “A existência desses leitos é um avanço muito grande para a microrregião e vem fortalecer ainda mais a constituição da Raps”, declarou.

 
 

Por Tarsis Murad