“Como aproximar os serviços de saúde do público masculino? Qual é o papel do Agente Comunitário para a saúde do homem?” Foi a partir destas reflexões que a Superintendência Regional de Saúde de Uberlândia (SRS Uberlândia) realizou na última terça (5/9) a Oficina de lançamento e capacitação dos Guias do Pré-Natal do Parceiro e o da Saúde do Homem. Participaram os agentes comunitários e coordenadores de atenção Primária da região.

Durante a oficina, o psicólogo Thiago Artur de Morais, residente em Saúde Coletiva do Núcleo de Atenção Primária da Regional de Saúde de Uberlândia, abordou alguns comportamentos masculinos que os profissionais de saúde precisam levar em conta, como a resistência em procurar os serviços de saúde e seguir os tratamentos recomendados. Além disso, na maioria das situações de violências, acidentes de trânsito e de trabalho, uso de drogas e álcool, os envolvidos são os homens. “Estudos comparativos comprovam que, em relação às mulheres, os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo no que se refere a enfermidades graves e crônicas, além de morrerem mais precocemente”, apontou Morais quanto a importância de existir uma política específica para este público.

Com o distanciamento dos homens dos serviços de saúde e o seu adoecimento, uma preocupação do SUS é definir estratégias para atendê-lo e se aproximar de sua realidade. A principal porta de entrada é na Atenção Primária. Neste contexto, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) têm um papel importante, “são centrais pois tem uma dupla representatividade – ao mesmo tempo que dentro dos serviços representam a população, para a comunidade representam o serviço de saúde”, ressaltou ele. É por meio dos Agentes Comunitários que a Atenção Primária pode monitorar as situações de risco e identificar onde há maior concentração de homens na área adstrita à Unidade de Saúde (bares, salões de jogos, grupos de igreja), explicou Morais. “Ele tem potencial para compreender como esses homens são em sua diversidade e, fazer um rastreamento no território; para tanto é essencial que o ACS ao ir em uma casa não pergunte apenas pela mulher, criança ou idoso, mas também pelo homem, criando assim um vínculo entre o serviço de saúde e o cidadão”. O residente reforçou a importância do vínculo da comunidade com a unidade de saúde e que agente é essencial na vinculação desse homem com os demais membros da equipe.

Créditos: Priscila Fujiwara

Em Monte Alegre de Minas, as estratégias adotadas pela Atenção Primária é aproximá-los por meio dos grupos operativos como diabetes, hipertensão e pelas atividades físicas da Academia da Saúde, explicou a coordenadora de Atenção Primária, Antonella de Medeiros. “Em parceria com a equipe da Saúde do trabalhador, também realizamos ações de conscientização nas empresas, em seu local de trabalhos. A adesão não é tão alta como gostaríamos, mas quando percebem a melhoria da qualidade de vida, eles procuram mais os serviços de saúde”. A coordenadora ressaltou também a importância do vínculo criado por meio de projetos como as da Academia da Saúde. “É a partir do vínculo que aumentamos a participação deles no SUS”, finalizou a coordenadora.

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem

Instituída pela Portaria nº 1.944 /2009, a política visa promover a melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira, contribuindo, de modo efetivo, para a redução da morbidade e da mortalidade. Os principais eixos da portaria são: acesso e acolhimento, paternidade e cuidado, saúde sexual e reprodutiva, prevenção de acidentes e violência e as doenças prevalentes na população masculina.

Tire suas dúvidas sobre a saúde do Homem e saiba como se cuidar melhor em www.saude.mg.gov.br/saudedohomem

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Por Priscila Fujiwara