Uma equipe do Ministério da Saúde esteve na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (08/06), ministrando uma oficina para as referências técnica em Saúde do Homem das 28 Regionais de Saúde do estado. A oficina apresentou aos participantes o Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde e o Guia de Saúde do Homem para ACSs. As referências regionais vão replicar as informações e conhecimentos nos municípios e distribuir os Guias às Unidades Básicas de Saúde. Clique aqui e confira a galeria de imagens do encontro..

Crédito: Marcus Ferreira

A oficina possui cinco eixos temáticos que serão desenvolvidos ao longo do dia: Acesso e acolhimento; Saúde sexual e Saúde reprodutiva; Paternidade e cuidado; prevenção de Violência e acidentes; Doenças prevalentes na população masculina. Após a apresentação dos eixos, a oficina irá abrir espaço para perguntas e discussões com os participantes. 

A referência técnica nacional de saúde do homem, Michele Leite da Silva, fez uma apresentação sobre a política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. A referência explicou que a política se destina especialmente aos homens na faixa etária de 20 a 59 anos e prevê a integralidade do acesso à saúde.  “O planejamento para a área de saúde do homem no Estado é aumentar o acesso dos homens aos serviços de atenção integral à saúde, incluindo as ações de promoção à saúde, prevenção de doenças, estimulação ao autocuidado, planejamento da vida sexual e reprodutiva, assim como a paternidade responsável, adoção de estilo de vida mais saudável e consequentemente redução da morbimortalidade”, disse.

A Diretora de Políticas de Atenção Primária à Saúde, Mayla Magalhães, falou que a Política Nacional de Saúde do Homem tem como estratégia principal acolher e facilitar o acesso dos homens aos serviços de saúde, principalmente, aqueles oferecidos na atenção primária, ou seja, enfocado promoção e prevenção a agravos.

Crédito: Marcus Ferreira

“Culturalmente, os homens são avessos a consultas médicas preventivas, e só procuram os serviços de saúde quando estão em situação de risco. Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária. Além disso, apresentam também maior exposição às situações de risco para saúde, tais como: envolver-se mais em acidentes e situações de violência”, explicou.

De acordo com a referência regional da Saúde do Homem da Regional de Saúde de São João Del Rei, Jaqueline Teixeira, essa é uma realidade é bem conhecida nos municípios. Segundo ela, existem muitas dificuldades de trabalhar a saúde do homem na sua regional: “Existem muitos estigmas e preconceitos que impedem a implementação de ações voltadas para o homem, porque há baixa adesão dos usuários masculinos. Geralmente eles acreditam que procurar serviços de saúde significa assumir fragilidade e não admitem que estejam com dificuldades e problemas”, contou.

Guias para a saúde do homem

O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional de Saúde do Homem, publicou dois guias: o Guia de Pré Natal do Parceiro para Profissionais da Saúde, com o objetivo de qualificar esses profissionais para realização do Pré-Natal do Parceiro e o Guia de Saúde do Homem para Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que qualifica os agentes comunitários de saúde para realizar o acolhimento humanizado dos homens e favorecer o acesso dos mesmos aos serviços de saúde do SUS.

A enfermeira obstetra e referência técnica da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres e Crianças da SES-MG, Ana Luiza Coura, comemorou o guia de Pré-Natal do parceiro como um importante avanço na saúde integral. “Em uma sociedade machista como a brasileira, é importante que as políticas públicas ofereçam estratégias de transformação social. Um passo importante é esse que inclui o homem no processo de gerar, parir e cuidar. Tirando da mulher a sobrecarga de trabalho e de cuidados com a família”, completou.  

Por Juliana Gutierrez