A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental, realiza nesta terça-feira (02/05), na Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais, a atividade “Atualização na Vigilância da Leishmaniose Tegumentar (LT)”.

Crédito: Débora Souza

O encontro reúne referências técnicas das 28 Unidades Regionais de Saúde de Minas Gerais, com o objetivo de alinhar as diretrizes do novo Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar/MS/2017 e também formar referências regionais e municipais para replicarem os aprendizados de forma a fortalecer a vigilância e a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) aos pacientes com Leishmaniose Tegumentar em Minas Gerais.

De acordo com Andréa Oliveira Dias Temponi, da Diretoria de Vigilância Ambiental da SES-MG, o encontro surge de uma necessidade de discussão do novo manual, devido a uma série de mudanças na parte assistencial aos pacientes. “Apenas com esse alinhamento podemos discutir estratégias para reverter esse cenário aqui em Minas”, diz.

Graziele Dias, daGerência Regional de Saúde (GRS) de Ponte Nova, na Zona da Mata, destaca que as discussões acerca das mudanças no manual são importantes para que a partir dessa capacitação, seja possível a disseminação desses conhecimentos para os municípios. “A LT é uma doença muito importante na nossa região, e estamos com aumento na incidência de casos. Então é importante saber das novidades para repassar isso aos municípios, para que eles atuem na prevenção, no controle e no tratamento e acordo com as novas práticas propostas”, afirma.

A doença

A Leishmaniose Tegumentar é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania, sendo uma das infecções dermatológicas mais importantes, não só pela frequência, mas principalmente pelas dificuldades terapêuticas, deformidades e sequelas que pode acarretar. O modo de transmissão é através da picada do “mosquito palha” (flebotomíneos).

De acordo com Lucas Edel Donato, do Ministério da Saúde, houve uma redução significativa nos casos da doença no país, sendo que a situação epidemiológica da LT está estável desde 2015. Antes dessa data, temos dados em torno de 20 mil casos e até o momento cerca de 11 mil registros. Então é necessário analisar o que levou a essa redução de casos, em alguns estados, como Amapá, que teve um aumento relacionado a um período prolongado de chuva, mas de forma geral houve redução. Como é uma doença de transmissão rural, ocupacional, vários aspectos devem ser observados, como até mesmo a crise econômica”, explica.

Pesquisa

Em parceria com o Centro de Pesquisas René Rachou/Fiocruz Minas (CpQRR/Fiocruz Minas) e outras instituições, a ESP-MG participa de pesquisa sobre a Leishmaniose Tergumentar Americana (LTA) na Terra Indígena Xakriabá no município de São João das Missões (Norte de Minas), constituída por 36 aldeias em um território de mais de 50.000 hectares, a maior Reserva Indígena da Região Sudeste do Brasil, que apresenta elevada incidência da doença.

A atividade segue até amanhã (03), promovendo um momento de atualização, discussão e viabilização de novas estratégias no enfrentamento à LT nos municípios mineiros.

Por Débora Souza