Na próxima sexta-feira (8), quando em todo o mundo é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, os 650 profissionais das mais diversas áreas assistenciais do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, realizarão, como em todos os demais dias, a missão cotidiana de promover o tratamento dos homens e mulheres com diagnóstico de câncer internados na unidade. Para realizar a tarefa, o hospital oferece assistência humanizada, integral e integrada (com a oferta de serviços de psicologia, fonoaudiologia, audiologia, assistência social, equipe de curativos, nutrição e atendimento domiciliar pela equipe de cuidados paliativos), o que o classifica, no âmbito dos hospitais públicos e filantrópicos do Estado, como o único hospital com esse perfil de atenção.

Hospital Alberto Cavalcanti - Divulgação

Credenciado como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), desde 2008, o HAC é o primeiro hospital público de Minas Gerais a se tornar referência no tratamento do câncer. Num contexto nacional que aponta para a ocorrência de quase 600 mil novos casos de câncer apenas neste ano, metade dos quais na região Sudeste (em Minas Gerais, a expectativa é de mais de 60 mil casos), o Hospital Alberto Cavalcanti tem empreendido esforços para vencer os desafios de modernização da instituição, cuja estrutura física data de 1936. A atualização tecnológica da unidade é realizada de forma planejada e progressiva, levando-se sempre em conta a realidade e as peculiaridades de um prédio construído há 80 anos.

Maior conforto

Ainda que o serviço de tomografia possa ser realizado em unidades instaladas fora da estrutura do hospital (o que, efetivamente, ocorre, assim como o serviço de radioterapia), conforme estabelece portaria do Ministério da Saúde, o HAC adquiriu há pouco mais de um ano um tomógrafo a fim de possibilitar maior conforto aos seus pacientes. A expectativa é que a instalação do aparelho ocorra no segundo semestre deste ano, uma vez que a rede elétrica do hospital terá que ser ampliada para suportar a nova carga de energia, o que requer processo licitatório. O diretor do HAC, Cláudio Antônio de Souza, ressalta que “nenhum paciente deixou de ser atendido”.

Porta aberta

Outro fator que permite maior qualidade de vida para os pacientes do HAC é a oferta do serviço de emergência dentro da própria unidade. De acordo com Cláudio de Souza, ter uma porta aberta em um hospital oncológico é um benefício tanto para o paciente quanto para o hospital, na medida em que previne problemas na logística de atenção àqueles que foram atendidos na instituição, assim como aqueles que estão em tratamento. 

Multiplicidade de ações para resultados cada vez mais humanizados

A Unidade de Quimioterapia (UQT) compõe o grupo de cuidados especializados ofertados pelo hospital. Sua capacidade de atendimento foi ampliada nos últimos anos em decorrência do crescimento do número de primeiras consultas, paralelamente ao incremento do quadro de profissionais da Unidade. Em consonância com a premissa de oferta da melhor assistência possível aos usuários, outras ações também reafirmam e consolidam o papel do Hospital Alberto Cavalcanti como referência no tratamento do câncer.

Dentre elas, merece destaque o Ambulatório de Cuidados Paliativos, a ampliação das Visitas Domiciliares, a criação do Ambulatório de Feridas Oncológicas e a sistematização das Consultas de Enfermagem para os pacientes que se submetem pela primeira vez às sessões de quimioterapia.

Acolhimento e vínculo

Em ação desde 2011, a equipe dos Cuidados Paliativos atua para que os pacientes atendidos possam vivenciar a melhoria do seu quadro de saúde e do seu bem-estar, com reflexos no aumento da sobrevida, apesar da impossibilidade de cura dessas pessoas. Através do acolhimento, vínculo e intervenções técnicas, os profissionais dos Cuidados Paliativos auxiliam no controle da dor, demais desconfortos e sofrimentos gerados pelo avanço da doença, num complexo processo de escuta e interação que constitui a base dessa prática. Em média, os pacientes atendidos apresentam uma sobrevida que gira em torno de quatro a seis meses.

Prevenir e escutar

O ambulatório de curativos é uma inovação do HAC ainda pouco presente na rotina de serviços de um grande número de instituições de atenção ao câncer, embora represente mais um passo para o atendimento humanizado dos pacientes. O ambulatório permite que os usuários do serviço tenham um suporte de cuidados que favorece não somente a prevenção de complicações relacionadas às lesões oncológicas, como também proporciona maior bem estar e qualidade de vida aos pacientes dos serviços de saúde pública.

Os pacientes em primeira consulta na oncologia têm à sua disposição a consulta de enfermagem. A prática é de grande importância para a boa evolução do tratamento. Sua incorporação à rotina assistencial do HAC abre espaço para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem pelo serviço de cancerologia.

A consulta de enfermagem em oncologia contribui, significativamente, para o processo de recuperação, na medida em que os cuidados, aliados à escuta individualizada que ocorre durante os procedimentos, torna o tratamento mais humanizado e possibilita a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Desse modo, a forma como a consulta é conduzida, por si só, representa um significativo passo no sentido do investimento no cuidado integral, uma vez que, durante o atendimento de enfermagem, o paciente é visto de forma ampla, isto é, ele é inserido num contexto pessoal, familiar e social. 

Por Alexandra Marques