Nessa terça-feira (15), trabalhadores da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) e também público externo tiveram a oportunidade de aprender mais sobre a Dengue, Chikungunya e Zika Vírus

Crédito: Danny Eloi

Fabiano Duarte Carvalho, biólogo e pesquisador do Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas) foi convidado para ministrar a palestra “Aedes aegypti: conhecer para controlar”, que segundo ele, é muito oportuno abordar esse tema na ESP-MG, por ser um ambiente de saúde pública e educação.

Em sua apresentação, o pesquisador falou sobre os sintomas que caracterizam os três tipos de doença e também explicou que não existem medicamentos para “cura” e sim para amenizar sintomas, além de repouso e hidratação.

As características do mosquito Aedes aegypti também foram mostradas aos presentes, que puderam conhecer o ciclo de vida e a maneira como os ovos se alojam. “Criadouro é qualquer local que seja capaz de armazenar água e que esteja acessível ao mosquito. Assim, devemos observar esses locais e se não forem necessários, devemos eliminá-los. Se for preciso manter esses objetos em nossa casa, devemos eliminar a água parada”, disse.

10 Minutos Contra a Dengue

O pesquisador enfatizou a importância da prevenção, que se baseia na eliminação de criadouros. “Se usarmos 10 minutos de nossa semana para eliminar os criadouros de nossa casa e comunidade, cortamos o ciclo de desenvolvimento do mosquito. É muito importante que todos se lembrem que o ciclo entre ovo e o mosquito adulto dura em média de 08 a 10 dias, então vale a pena dedicar esses 10 minutos”, destacou.

Saiba mais: www.saude.mg.gov.br/dengue

Pesquisa

Alzira Batista Cecílio, também bióloga e pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias (Funed), abordou em sua fala um estudo para produção de larvicida a base produtos naturais para combater o vetor.

Ela explicou que na Funed tem se realizado um estudo com plantas medicinais afim de eliminar as larvas. Esse trabalho tem se concentrado nos óleos de cravo orégano, que em contato com as larvas as elimina em 24 horas. “É um método natural, que não contamina o meio ambiente, podendo ser manuseado em casa e sem intoxicar ninguém”, explicou.

No entanto, ela ressaltou que esse óleo é produzido somente em laboratório e que o uso puro do cravo e do orégano nos criadouros não surte efeito. A pesquisadora afirmou que esses produtos ainda estão em estudo e espera-se que possam contribuir no controle do vetor que hoje transmite não só a dengue, mas também Chikungunya e o Zika Vírus. A previsão é que esse produto esteja totalmente aprovado e no mercado no segundo semestre desse ano.

A pesquisadora também exibiu o premiado documentário Aedes aegypti e Aedes albopictus – Uma ameaça nos trópicos, produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz, que traz um relato sobre como a colonização e a globalização contribuíram para a disseminação dos mosquitos pelo mundo. 

Libras

Escola Estadual Francisco Sales, especializada em deficiências da fala e da audição foi convidada para a palestra e trouxe cerca de 40 alunos, professores e seu corpo administrativo.

A palestra foi traduzida simultaneamente pelo intérprete de Libras, Felipe Coura, que auxiliou os alunos nas dúvidas e narrou as experiências pessoais deles em relação à dengue.

Para a orientadora da Escola, Patrícia Correia da Silva, a palestra oferecida pela ESP-MG foi muito importante. “Foi uma oportunidade para os alunos terem mais orientações para prevenir essas doenças e além disso contribuiu com um trabalho que realizamos em nossa Instituição acerca dessas questões", disse.

Representantes de outras Instituições e da ESP-MG também estiveram presentes na palestra, como o Conselho Regional de Enfermagem, a Gerência Regional de Saúde de Ituiutaba, Secretaria Municipal de Saúde de Caeté, o Centro de Saúde Oswaldo Cruz e estudantes universitários de várias instituições.

Por Ricarda Caiafa