A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) realizou nesta terça-feira, 1º de março, o Seminário Diagnóstico e Manejo Clínico de Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya. O evento foi realizado no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams)  e reuniu médicos, enfermeiros,  coordenadores de atenção primária à saúde e as referências técnicas em vigilância em saúde dos 53 municípios que compõem a área de atuação da SRS de Montes Claros.

Crédito: Pedro Ricardo

Na abertura do Seminário, a Superintendente regional de saúde de Montes Claros, Patrícia Aparecida Afonso Guimarães Mendes destacou a importância do trabalho implementado pelos agentes comunitários de saúde e pelos agentes de controle de endemias lembrando que, a atuação de cada um deles é de fundamental importância no sentido de conter o avanço dos problemas causados pelo mosquito Aedes aegypti.  “Vivemos um momento de muita importância e alerta na saúde pública brasileira, diante do cenário epidemiológico das doenças causadas pelo Aedes aegypti, o que tem preocupado as autoridades em todos os níveis de governo”, lembrou Patrícia Guimarães afirmando que “no Norte de Minas a situação não é diferente embora na maioria dos municípios, o índice de transmissão de dengue está sob controle”. Porém, completou a superintendente, é necessário que sejam fortalecidas as parcerias entre os municípios com os governos Estadual e Federal, bem como com os diversos segmentos da sociedade, visando combater os focos de proliferação do Aedes aegypti e, com isso, evitar o avanço dos casos de dengue, Zika e Chikungunya.

Cenário

Por sua vez a coordenadora de atenção primária à saúde da SRS de Montes Claros, Renata Fiúza ressaltou a importância da qualificação das equipes de atenção primária à saúde dos municípios, visando prepará-las no sentido de diagnosticar o mais cedo possível os casos de dengue, Zika e Chikungnya, evitando que os pacientes venham a ter complicações em virtude da evolução das doenças.

A coordenadora lembrou que a dengue é uma situação que mais preocupa, pois trata-se de uma doença que pode levar a óbito os pacientes que tiverem diagnóstico tardio. No ano passado em Minas Gerais 70 pessoas morreram em virtude de complicações causadas pela dengue, sendo um caso registrado no Norte de Minas. Neste ano outras oito pessoas morreram em virtude dos casos de dengue registrados no Estado.

Ao falar sobre o cenário epidemiológico atual, o coordenador de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Valdemar Rodrigues dos Anjos reforçou a necessidade do combate aos focos do mosquito Aedes aegypti. Embora já exista tendência de redução do número de notificações, as equipes de vigilância em saúde de todos os municípios precisam manter o foco numa atuação constante e de mobilização da população.

Os municípios de Capitão Enéas, Francisco Sá, Padre Carvalho, Santa Cruz de Salinas e Mamonas foram os que registraram maior taxa de incidência de transmissão de dengue. Em virtude dessa situação, a SRS de Montes Claros disponibilizou equipamentos para os municípios providenciarem o combate aos focos de Aedes aegypti com a utilização de inseticida.

Mobilização

Ao falar sobre o diagnóstico das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a médica e consultora da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Catarina Ferreira Veloso alertou as equipes de atenção primária à saúde quanto à necessidade de atenção especial ao diagnóstico e notificação dos casos de dengue. Isso porque, explicou, “trata-se de uma doença grave e que leva a óbito, inclusive pacientes jovens”.  Por isso, concluiu a médica, é preciso que as secretarias municipais de saúde mantenham a mobilização da população para o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti pois, somente isso será capaz de contribuir para a redução dos problemas causados pelo vetor transmissor da dengue, Febre Chikungnuya e Zika Vírus.

O protocolo de acompanhamento de gestantes que tenham diagnóstico confirmado por Zika Vírus e recém-nascidos com microcefalia, foi tema de palestra proferida pela referência técnica em saúde da mulher e da criança, Ludmila Barbosa.

Ainda durante Seminário o Padre Bessa, da Arquidiocese de Montes Claros, fez apresentação de ações que tem implementado visando mobilizar a população quanto ao combate ao Aedes aegypti. O trabalho envolve a troca de materiais inservíveis e recicláveis por pequi (fruto nativo do cerrado) ou pão de queijo.  “A mobilização da sociedade é fundamental, pois, aliado a outras ações coordenadas pelo poder público, possibilitará controlarmos o avanço das doenças causadas pelo Aedes aegypti”, concluiu o padre Bessa.

Por Pedro Ricardo