O Ministério da Saúde divulgou recentemente que quase dois mil bebês nasceram no país com microcefalia, uma má-formação congênita que pode matar ou deixar graves sequelas de desenvolvimento. No dia 28 de novembro - por meio de exames realizados em uma recém-nascida no Ceará, que acabou morrendo com microcefalia e outras más-formações congênitas - o órgão confirmou que os casos têm relação com a infecção pelo Zika vírus, que chegou ao Brasil neste ano. A confirmação da relação entre o vírus e a microcefalia é inédita na pesquisa científica mundial. 

Diante disso, a Maternidade Odete Valadares (MOV), da Rede Fhemig, está tomando algumas medidas para o enfrentamento da epidemia. A ginecologista e obstetra da MOV e especialista em reprodução humana, Flávia Ribeiro, está ministrando aulas sobre o tema a profissionais da área de saúde da Fhemig e de outras instituições. O objetivo é levar informações sobre a infecção pelo Zika, reforçar medidas de combate ao mosquito transmissor – o Aedes Aegypti – e repercutir o atual protocolo do Ministério da Saúde de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada ao vírus. 

Crédito: Fhemig/Divulgação

“Criamos um pequeno grupo com profissionais de referência, como neonatologistas, obstetras, infectologistas, ultrassonografistas, membros da diretoria e do Núcleo de Ensino e Pesquisa, para conduzir os estudos aqui na unidade, orientar e capacitar os agentes de saúde, não só os internos, mas os que tenham interesse pelo tema”, explica a médica. 

Outra ação importante é a divulgação de um informativo às gestantes atendidas na MOV sobre os principais cuidados que devem ser tomados para evitar o desenvolvimento de microcefalia pelos bebês durante a gestação. 

A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Normalmente ela é causada por substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação. Segundo protocolo recente divulgado pelo Ministério da Saúde, na epidemia atual, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm. 

Cuidados 

“Em relação à febre Zika, a gestante deve se proteger usando roupas longas, mosqueteiros, telas em janelas e repelentes à base de Icaridina ou DEET durante toda a gestação e não apenas nos três primeiros meses. Isso porque o sistema nervoso central do embrião se forma no primeiro trimestre, mas continua a se desenvolver durante toda a gestação. O repelente deve ser usado após todos os produtos que a gestante utilize no dia a dia, como hidratantes, protetor solar ou maquiagem”, diz Flávia. 

Para a médica, uma importante medida a ser tomada não só pelas gestantes, mas por toda a população é a divulgação e prática de ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. “Se fizermos isso, estamos nos protegendo não só do Zika, mas também da Chikungunya e da Dengue”, conclui. 

 

Por Agência Minas