O Ministério da Saúde enviou, nesta semana, larvicida a Minas Gerais suficiente para tratar um volume de água equivalente a 440 piscinas olímpicas. O reforço foi repassado aos estados das regiões Nordeste e Sudeste, totalizando mais 17,9 toneladas do produto para eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da Dengue, Zika Vírus e Chickungunya. Esse quantitativo é suficiente para proteger 1,1 bilhão de litros de água.

Cada quilograma do produto é capaz de tratar 500 mil litros de água. O larvicida é utilizado quando não é possível eliminar o foco de água parada, local de reprodução do mosquito. O objetivo é manter as secretarias estaduais de Saúde abastecidas com um dos principais instrumentos para eliminar as larvas do mosquito Aedes aegypti.

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Neste ano (janeiro a novembro), foram enviadas 7,8 toneladas para Minas Gerais.  Neste mesmo período, o Ministério da Saúde encaminhou, a todos os estados, 114,4 toneladas de larvicida. Esse quantitativo garantiu o tratamento de 57,2 bilhões de litros de água.

Crédito: Frederico Bussinger.

Para o próximo ano, o Ministério da Saúde já adquiriu mais 100 toneladas do produto, que deverá garantir o abastecimento até junho de 2016. Entre outubro deste ano e junho do próximo ano, o Ministério da Saúde investiu cerca de R$ 10 milhões.

Todos os insumos utilizados pelo Ministério da Saúde são de uso preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) podendo, inclusive ser utilizado em água para consumo humano. A quantidade enviada pelo Ministério da Saúde corresponde à demanda apresentada pelas próprias Secretarias Estaduais de Saúde, levando em consideração a situação epidemiológica local e o histórico de consumo.

Além disso, o Ministério da Saúde também distribuiu, neste ano, 431.232 litros e 11.1 toneladas de adulticidas para os estados, produto utilizado para os fumacês, e aplicação residual em pontos estratégicos (ferros velhos, borracharias, entre outros). O produto mata o mosquito já na fase adulta.

Em 2015, Minas Gerais recebeu 28,6 mil litros e 3 toneladas de adulticida. Vale destacar que todas as ações de combate ao Aedes aegypti, tanto as mecânicas quanto o uso de produtos químicos, devem ser coordenadas. Nenhuma delas, sozinha, é capaz de impedir a proliferação do mosquito.

Mobilização

A mobilização com agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, e a compra de insumos e a disponibilidade de equipamentos para aplicação de inseticidas e larvicidas integram uma das três frentes (Mobilização e combate ao mosquito) do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia.

A orientação é que as secretarias estaduais e municipais de saúde verifiquem se a utilização do insumo está de acordo com as normas do Programa Nacional de Controle da Dengue. Além disso, a secretarias devem realizar uma avaliação de risco, utilizando as informações do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). O levantamento permite direcionar as ações de forma mais apropriada, de acordo com o tipo de depósito predominante em cada área.

Para o enfrentamento do mosquito da Dengue, os gestores municipais devem priorizar a organização das ações de rotina que favoreçam o controle larvário por parte da população, adotando medidas físicas e ou mecânicas de remoção e/ou eliminação de criadouros quando possível.

Por isso, é muito importante que as visitas domiciliares realizadas pelos agentes sejam planejadas, de modo que tenham cobertura, regularidade e qualidade. Além disso, é preciso desenvolver ações específicas em terrenos baldios, praças públicas e os estabelecimentos com alta vulnerabilidade à infestação do vetor, como cemitérios, borracharias, ferros velhos e postos de reciclagem de materiais.

A população também tem papel fundamental no processo de prevenção e controle da dengue, com a adoção de medidas simples, como a eliminação de recipientes que podem acumular água e servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti.

Por Por Camila Bogaz e Carlos Américo, da Agência Saúde