O Ministério da Saúde (MS) realiza durante os dias 09 a 11 de dezembro uma oficina de monitoramento e avaliação do Programa de Controle da Tuberculose de Minas Gerais. O objetivo é conhecer a situação atual da doença no estado e construir um plano para melhorar os indicadores do programa.

Stefano Barbosa Codenotti, Coordenador Geral do Programa de Controle de Tuberculose do Ministério da Saúde, disse que o cenário atual da tuberculose no Brasil ainda é preocupante e está ligada a questões sociais e econômicas. “A tuberculose é um sério problema da saúde pública no Brasil. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil novos casos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença. O mais grave é que a tuberculose tem maior incidência em populações em situação social e econômica mais precárias como pessoas em situação de rua e privadas de liberdade”, disse.

Minas Gerais é considerado, pelo MS, um dos estados prioritários para a doença. A taxa de incidência é 17,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em números absolutos, significa que cinco mil novos casos da doença são registrados anualmente.

“O monitoramento e a avaliação permite compreender melhor como interromper o ciclo de transmissão da doença. Quais ações devem ser desenvolvidas para monitorar os pacientes e alcançar a cura”, explicou Celeste de Souza Rodrigues, Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG.

Crédito: Marcus Ferreira

Pedro Daibert de Navarro, coordenador estadual do Programa de Controle de Tuberculose da SES-MG, disse que em Minas Gerais apenas 70,7% dos casos foram curados em 2013. “Esta taxa não é a ideal. É causada basicamente pelo abandono ao tratamento. Com duração de seis meses, o tratamento para ser efetivo não pode ser deixado. Como o paciente observa melhora logo no início da medicação, costuma não seguir adiante. A consequência é que não ocorre a cura”, explicou.

Para melhorar os indicadores da doença, o estado está elaborando novas estratégias de atuação. Ações como a construção de interfaces com outras coordenações de saúde e a criação de um grupo de trabalho que realizará monitoramento constante dos casos de tuberculose. “O objetivo é ampliar a taxa de cura dos casos. Para isso, buscaremos diminuir a taxa de abandono do tratamento aumentando o vínculo dos pacientes com as unidades básicas de saúde”, disse Pedro.

Sobre a doença

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. A doença pode ser prevenida através da vacina BCG, que é ministrada entre o primeiro e o quarto ano de vida. Apesar disso, são notificados cerca de 68 mil novos casos no Brasil.

Como esse é um agravo fortemente influenciado pela determinação social e demonstra relação direta com a pobreza e a exclusão social, alguns grupos populacionais possuem maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida a que estão expostos. São consideradas populações vulneráveis os indígenas, os privados de liberdade, pessoas que vivem com o HIV/AIDS e pessoas em situação de rua.

A tuberculose é curável em praticamente 100% das novas ocorrências desde que sejam obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa (associação medicamentosa adequada, doses corretas e uso por tempo suficiente) e que haja a adequada operacionalização do tratamento. A esses princípios, soma-se o tratamento diretamente observado (TDO) da tuberculose, que consiste na observação diária da tomada dos medicamentos por um profissional da equipe de saúde.

Como o tratamento dura no mínimo seis meses, e logo nas primeiras semanas de tratamento o paciente se sente melhor, é importante o reforço das orientações do profissional de saúde para que o paciente realize o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas.

Por Juliana Gutierrez