Levar em conta as decisões da mulher com um mínimo de intervenções médicas. Essas são características do parto humanizado, que foi tema do 1º Seminário Humanização do Nascimento: Diálogos sobre a assistência ao parto, realizado entre os dias 29 a 31/10, pelo Instituto Pauline Reichstul em parceria com a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG).

Várias temáticas foram abordadas nesse encontro, que proporcionou intensos diálogos, reflexões e emoções ao público presente, predominantemente feminino. A arte de partejar, desigualdade racial na saúde, violência obstétrica, plantas medicinais, o sagrado e os desafios da saúde mulher no Sistema Único de Saúde (SUS) foram alguns dos pontos discutidos no Seminário.

Na abertura do evento, Diva Moreira, coordenadora geral do Seminário, trouxe um pouco da história dos homenageados Pauline Reichstul, que foi vítima da ditadura militar em Recife e de Carlos Gentili de Mello, sanitarista que lutou contra o predomínio de cesáreas no Brasil, da década de 1970. Diva, em seu relato, ressaltou que esse seminário homenageia ainda “todas as mulheres que sofreram e sofrem diariamente violência obstétrica.”

A ativista também agradeceu a todos os palestrantes e parceiros e pediu que com “a proteção de Higea, Panacea, Obaluê, Jaci e a Nossa Senhora do Bom Parto”, o seminário propicie mais diálogos com a sociedade civil em debater as diversas violências obstétricas que grávidas são submetidas, principalmente as mais vulneráveis socialmente.

Experiência feliz

Alessandra Rios de Faria, servidora da ESP-MG, participou do evento e representou a Instituição na abertura da atividade, reforçando a parceria e o apoio da Escola com a questão do parto humanizado. ”A Escola está com uma parceria com o Hospital Sofia Feldman na ação educacional sobre as potencialidades e desafios para preceptoria e nos colocamos à disposição para novas iniciativas. Essa luta e discussão tem muito espaço na ESP-MG”, disse.

Alessandra aproveitou para narrar, de forma emocionada sua exitosa experiência com o parto humanizado, vivenciado há pouco tempo no nascimento de sua segunda filha, Iolanda. “Tive minha primeira filha por uma cesárea totalmente desnecessária e isso me trouxe cicatrizes na alma. Então comecei a ler, pesquisar e assim conheci pessoas maravilhosas e 1 ano e 7 meses depois do nascimento da Alice, Iolanda chegou em um lindo parto humanizado”, relatou.

A mesa de abertura também foi composta por Maria Lira Lauriana, do Instituto  Pauline Reichstul, Carolina Neves, assessora parlamentar do deputado estadual Adelmo Leão, Gilson Reis, vereador municipal de Belo Horizonte, Cleide Ventura, professora da Escola de Enfermagem da UFMG, entre outras.

 

Por Ricarda Caiafa