Numa iniciativa até então inédita no Norte de Minas, nesta quarta-feira, 7/10 a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) apresentou a integrantes do Rotary Club Montes Claros Liberdade a campanha do Outubro Rosa, com o objetivo de ampliar o trabalho de mobilização da sociedade civil organizada. A intenção é levar ao conhecimento do maior número possível de mulheres a necessidade de se prevenirem contra o câncer de mama e de colo do útero. Para isso, a SRS está disponibilizando material de divulgação para dar suporte às várias ações que estão sendo implementadas em 53 municípios que integram a área de atuação da Superintendência no Norte de Minas.

Crédito: Pedro Ricardo

A apresentação da campanha ao Rotary Club Liberdade foi feita pela coordenadora de Atenção Primária à Saúde, Renata Fiúza Damasceno e pela referência técnica, Ludmila Ferraz Rocha. Elas foram convidadas pela rotariana e também técnica da SRS de Montes Claros, Maria Júlia Silveira. Durante a apresentação, Renata Damasceno destacou a importância do apoio de instituições, como os clubes de Rotary e de outras entidades que integram a sociedade civil organizada na campanha contra o câncer de mama e de colo do útero.

“Trata-se de duas doenças mais incidentes entre as mulheres em Minas Gerais e, por esse motivo, neste ano a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) ampliou a Campanha do Outubro Rosa visando conscientizar as mulheres acerca das boas práticas de saúde que contribuem para melhorar a qualidade de vida”, frisou a coordenadora. Ela lembrou que o Outubro Rosa é um movimento mundial criado na década dos anos 90 visando estimular a participação da população no controle do câncer de mama e, consequentemente, de incentivo à saúde das mulheres.

“Instituições como o Rotary que desenvolvem importantes ações de responsabilidade social são fundamentais no sentido de ajudar a levar ao conhecimento das mulheres campanhas como a do Outubro Rosa. Sabemos que muitas mulheres ainda não tem o devido cuidado com a saúde e, por causa disso, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo frequente de bebidas alcoólicas e a manutenção de uma vida sexual sem tomar os devidos cuidados ainda se constituem numa das principais causas de doenças que podem ser evitadas”, observou a coordenadora.

Pelo fato de Minas Gerais registrar uma alta incidência de casos de câncer de mama e de colo do útero, Renata Damasceno explicou que o Governo do Estado já adotou várias medidas de enfrentamento do problema. No caso do câncer de mama, o Estado já disponibiliza na rede pública de saúde o acesso das mulheres a exames de mamografia a partir dos 40 anos de idade. Já para conter o avanço do câncer de colo do útero já estão sendo vacinadas contra o papiloma vírus humano (HPV) meninas a partir dos nove anos de idade.

A técnica da SRS de Montes Claros, Ludmila Rocha reforçou a importância da participação de instituições e de entidades de classe nas ações de divulgação e apoio à Campanha do Outubro Rosa. “Quanto mais intensificarmos o trabalho de conscientização das mulheres para os cuidados para com a saúde, mais chances teremos de reduzir a incidência de doenças que podem ser evitadas. A mulher que faz regularmente o autoexame das mamas tem maiores chances de detectar ou não o surgimento da doença que, quando diagnosticada precocemente, tem grandes possibilidades de ser curada”, concluiu Ludmila.

A presidente do Rotary Club Montes Claros Liberdade, Roberta Ramone destacou a importância do trabalho de mobilização implementado pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Ela frisou que o Rotary tem todo o interesse de contribuir para difundir as ações de divulgação do Outubro Rosa como forma de contribui para melhorar a qualidade de vida da população feminina.

Estatísticas

Em Minas Gerais o câncer de mama é o de maior incidência em mulheres. As estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o estado em 2014 apontavam que eram esperados 5.210 novos casos da doença, uma taxa bruta de incidência de 49,17 para cada grupo de 100 mil mulheres mineiras. O Registro Hospitalar de Câncer do estado demonstrou que em 2013, 4.905 mulheres mineiras fizeram a primeira consulta por câncer de mama. Devido à doença a taxa de mortalidade feminina estimada pelo Inca em 2013, é de 11,37 óbitos para cada grupo de 100 mil mulheres. 

Já o câncer de colo do útero é o segundo de maior incidência entre as mulheres mineiras e as estimativas apontaram 880 novos casos esperados em 2014, uma taxa de 8,31 casos para cada grupo de 100 mil mulheres. Em 2013, 1.601 mulheres fizeram a primeira consulta hospitalar por câncer de colo de útero. No Estado a taxa de mortalidade por câncer de colo de útero estimada pelo Inca em 2013 é de 3,53 óbitos para cada grupo de 100 mil mulheres.

Por Pedro Ricardo