Neste sábado (29/08) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data tem o objetivo de sensibilizar e mobilizar a população para os danos causados pelo tabaco, levando em conta que 10% dos brasileiros ainda mantém o hábito de fumar.

Em Minas Gerais, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em 2013, 17% da população com mais de 18 anos era fumante. A fumaça do cigarro é composta por substâncias que causam uma série de doenças, incluindo problemas no transporte de oxigênio do sangue e outras que alteram o funcionamento do sistema respiratório.

Crédito: Rafael Neddermeyer

A boa notícia é que o número de fumantes vem caindo ao longo do tempo, provando que é possível abandonar o vício e se dedicar a um estilo de vida mais saudável. Segundo dados do Ministério da Saúde, houve uma queda de 30,7% no percentual de fumantes brasileiros nos últimos nove anos. Abandonar o vício nem sempre é fácil, mas existem algumas estratégias que podem apoiar a pessoa que deseja parar de fumar.

Segundo a referência técnica em tabagismo da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Thereza Raquel Senra, uma boa dica para quem deseja abandonar o fumo é marcar um Dia D, retirando todos os cigarros, cinzeiros e isqueiros de dentro de casa. “Existem algumas estratégias que apoiam a pessoa que quer abandonar o vício, incluindo marcar uma data para parar de fumar. Também é importante evitar locais com outros fumantes e situações que despertem o desejo de fumar”, explica.

Além disso, outra boa ideia é pedir a ajuda da família e dos amigos mais próximos, pedindo que eles não ofereçam cigarros. “O apoio das pessoas mais íntimas é fundamental, além de adotar hábitos mais saudáveis, como fazer uma caminhada ou outra atividade física. Também é importante ficar atento à fissura, vontade excessiva de fumar que passa em cinco minutos. Nestes momentos, chupar uma bala, beber água ou até mascar canela em pau podem ser boas saídas”, afirma Thereza Senra.

Parar de fumar traz uma série de benefícios à saúde, incluindo a diminuição das chances de desenvolver doenças cardiovasculares e pulmonares, do câncer e de hospitalizações. Em apenas 8 horas após o uso do último cigarro o nível de oxigênio no sangue se normaliza e após 12 a 24 horas sem tabaco os pulmões já começam a funcionar melhor.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o tabagismo, sendo necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde. A SES-MG, em parceria com o Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer (INCA) e municípios, oferece acompanhamento, monitoramento e capacitação para profissionais de saúde, medicamentos e material didático. O objetivo é apoiar os grupos de tabagismo e atendimento médico e psicológico oferecidos nos municípios pelo SUS.

Atenção aos fumantes passivos

O fumante passivo é aquela pessoa que não fuma, mas convive com fumantes e, por isso, respira a fumaça do cigarro. Essa fumaça se difunde de forma homogênea no ambiente e contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça inalada pelo próprio fumante. Todas essas substâncias representam riscos à saúde, independentemente da quantidade inalada. Em Minas Gerais, 12,5% da população é fumante passiva em domicílio, segundo dados do IBGE.

Em curto prazo, esse tipo de exposição involuntária ao tabaco pode causar reações alérgicas como rinite, tosse e conjuntivite. Já se for considerado um período mais longo de exposição, o fumante passivo pode desenvolver doenças como infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica. Quando as crianças são expostas à fumaça, têm mais chances de desenvolver infecções respiratórias. 

Ilustração: Deisiane Meireles

Por Jéssica Gomes