Em uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e o Comitê Interinstitucional de Aleitamento Materno do Estado, foi promovido, nesta-segunda-feira (10), na Maternidade Odete Valadares (MOV), um seminário que debateu a importância do apoio à mulher trabalhadora para a amamentação exclusiva até os seis meses de vida da criança e a continuidade do aleitamento – junto a uma alimentação saudável – até os dois anos de idade.

Crédito: Carlos Alberto

O seminário, que faz parte de uma série de ações realizadas em função da 24º Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), foi direcionado aos profissionais que são referências técnicas em aleitamento materno dos Hospitais Amigos da Criança no Estado. Integraram a mesa solene do evento o presidente da Fhemig, Jorge Nahas; a coordenadora da Saúde da Mulher e Criança – Rede Cegonha – SES/MG, Ana Cardoso; a coordenadora do Banco de Leite Humano da MOV, Maria Hercília Barbosa – representando a presidência do Comitê de Aleitamento Materno; e a gerente assistencial da MOV, Iara Chaves – representando a direção do hospital.

Em sua fala, o presidente da Fhemig, Jorge Nahas, disse que, em um passado não muito distante, prover alternativas ao aleitamento era uma posição tida como de vanguarda. E isso foi sendo lentamente superado. “A atitude de estímulo ao aleitamento é mais coerente, contemporânea e provedora de direitos. Precisamos militar por essa causa”, afirmou.

Para a coordenadora da Saúde da Mulher e Criança – Rede Cegonha – SES/MG, Ana Cardoso, a amamentação é um ponto estratégico na saúde da criança e no combate à mortalidade infantil. ”É importante que a família apoie e que a sociedade reconheça o valor da amamentação”, afirmou.

A coordenadora do Banco de Leite da MOV, Maria Hercília Barbosa, que também é membro do Comitê Interinstitucional de Aleitamento Materno, disse que o tema da SMAM de 2015 foi uma escolha muito feliz, uma vez que propõe a reflexão sobre a continuidade da amamentação após o retorno da mulher ao trabalho. “Nós, mulheres que já amamentamos, sabemos como é difícil retornar ao trabalho, deixar nossos filhos na creche e continuar amamentando”, disse.

A gerente assistencial da MOV, Iara Chaves, disse que amamentar é um exercício de paciência e relembrou a sua própria experiência envolvendo trabalho e amamentação. “Com muito esforço, consegui realizar o aleitamento exclusivo até os seis meses. Penso que isso deve ser facilitado a todas as mulheres trabalhadoras”, disse.

Atividades

O seminário contou ainda com diversas apresentações e debates sobre temas como ações de promoção, proteção a apoio ao aleitamento materno; prevenção do desmame precoce; desafios na lactação do bebê de risco e reflexão sobre como apoiar a mulher trabalhadora que amamenta.

Benefícios da amamentação

Toda mulher saudável e que não tenha doenças que possam ser transmitidas por meio do leite materno pode amamentar o seu bebê. Entre os benefícios para a criança estão a proteção imunológica ao recém-nascido, aumento da resistência contra alergias, redução da probabilidade de infecções respiratórias, aumento da resistência contra diarreias, otites e infecções urinárias, melhor desenvolvimento da mandíbula, das estruturas da fala e da dentição e redução da probabilidade de obesidade.

E não são apenas eles que se beneficiam. As mães também saem ganhando quando optam pela amamentação dos seus bebês. Entre as vantagens de amamentar estão: diminuição da incidência de hemorragias pós-parto e anemia e auxílio na recuperação do peso anterior à gestação. Facilita ainda o retorno do útero ao tamanho normal (involução uterina); estabelece e reforça a ligação emocional com o bebê; aumenta a confiança, a sensação de bem-estar e de segurança. A amamentação simplifica as rotinas diárias. O leite materno está sempre na temperatura ideal e pronto para servir e é de graça. Amamentar também atrasa a menstruação, o que pode ser um importante fator no espaçamento de uma gravidez e outra.

Por Fernanda Pinto