Comemorado de 1º a 08 de agosto, a Semana Mundial do Aleitamento Materno tem como tema as mulheres que trabalham fora de casa e amamentam. A iniciativa busca sensibilizar empresas sobre a importância da amamentação, pois a mulher que amamenta falta menos ao trabalho uma vez que seu filho adoece menos. Além disso, o bebê continua recebendo o leite materno, que possui anticorpos que previnem doenças.

Além desses benefícios, o aleitamento reduz os índices de obesidade infantil, de infecções digestivas e respiratórias e de alergias alimentares. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos. A amamentação também ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de se adquirir diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário também diminuem significativamente para mulheres que amamentam.

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A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que o aleitamento materno comece já na sala de parto e que seja exclusivo e em livre demanda (o bebê mama a quantidade que quer, quando quer) até o 6º mês e se estenda até 2 anos ou mais. Segundo o pediatra Moises Chencinski, idealizador do Movimento Eu Apoio Leite Materno e membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a estimativa brasileira de aleitamento materno exclusivo (quando o bebê é alimentado apenas com o leite da mãe) é de apenas 52 dias.

Amamentação

Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que 34% das mães de bebês com menos de um ano e que trabalham fora de casa não amamentam mais a criança. Já entre as mães que não trabalham fora, esse índice é menor, 19%. De acordo com a legislação brasileira, a licença-maternidade pode durar até seis meses mas, para a maioria das trabalhadoras, é de quatro meses apenas.

Muitas mulheres, ao voltarem ao trabalho, não conseguem continuar amamentando e acabam desistindo. A nutricionista Patrícia Queiroz explica que, com o desmame precoce, normalmente outro leite é introduzido. “É um leite que não tem os anticorpos, a vacina – como a gente chama, que vem do leite humano, que é uma substância viva”.

Ao retornar ao trabalho, para que a amamentação seja mantida pelo menos até o 6º mês de vida do bebê, a legislação (Artigo 396 da CLT) prevê ainda períodos de pausa no trabalho para que a mulher amamente ou retire leite para seu filho. São duas pausas, de meia hora cada uma, que não se confundem com os intervalos normais de repouso e alimentação. A mulher pode, inclusive, combinar com a chefia para chegar meia hora depois e sair meia hora antes do horário de trabalho ou ainda acumular os períodos e tirar uma hora por dia.

Para estimular a continuidade da amamentação ao voltar ao trabalho, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançaram em 2010 uma nota técnica com orientações para as empresas instalarem salas de apoio à amamentação. As salas são espaços dentro da empresa onde a mulher pode, com conforto, privacidade e segurança, esvaziar as mamas, armazenando seu leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao seu filho.

Esse leite é mantido em um freezer a uma temperatura controlada até o fim do dia. Cada recipiente é etiquetado com o nome da mãe, a data e a hora da coleta. No fim do expediente, a mulher pode levar seu leite para casa para que seja oferecido ao filho ou pode ainda doá-lo a um Banco de Leite Humano.

Por Portal Brasil / Adaptação.