Nos dias 10 e 11 de março, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) realiza reunião para repasse de informações sobre a vacina HPV 2015 para os coordenadores da Atenção Primária dos 86 municípios sob sua jurisdição, de 09h às 13h, no Prédio II da Imunização.

O objetivo é repassar as informações da vacina Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV, para o ano de 2015. A vacinação contra HPV no Brasil visa prevenir o câncer do colo do útero, bem como contribuir na redução da incidência e da mortalidade por esta enfermidade.

De acordo com Josianne Dias Gusmão, Autoridade Sanitária Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SRS de Montes Claros a vacina é segura e eficaz. “É importante ressaltar que a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação quando presentes são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros, entretanto quando acontecem necessitam de avaliação e assistência médica imediata e adequada por profissionais devidamente qualificados na rede de serviço do SUS. A população deve saber que os técnicos dos postos de saúde do norte de Minas foram devidamente capacitados para as aplicações da vacina e os pais devem incentivar suas filhas a receber essa proteção.”

Cabe lembrar que a vacinação é uma ferramenta de prevenção primária que não substitui o rastreamento do câncer realizado por meio do exame de Papanicolau, visto que a vacina não confere proteção contra todos os subtipos oncogênicos de HPV. Além disso, a vacina não confere garante proteção contra outras doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, o uso do preservativo em todas as relações sexuais deve ser mantido.

As mulheres de 14 a 26 anos de idade vivendo com HIV foram incorporadas neste ano de 2015 considerando que as complicações decorrentes do HPV ocorrem com mais frequência em pacientes portadores de HIV e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Esta indicação é reforçada com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em conformidade com o Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais, visto que a vacina é uma medida de prevenção primária que proporcionará maior proteção à infecção pelo HPV

O câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero é uma doença grave que pode levar ao óbito. É um importante problema de saúde pública devido à alta incidência e mortalidade, especialmente nos países em desenvolvimento.

No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais frequente que acomete as mulheres e faz, por ano, 5.264 vítimas fatais. Em 2014, as estimativas foram de 15,3 casos novos a cada 100 mil mulheres .

O vírus HPV

O HPV é um vírus que apresenta mais de 200 genótipos diferentes, sendo 12 deles considerados oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) e associados a neoplasias malignas do trato genital, enquanto os demais subtipos virais estão relacionados a verrugas genitais e cutâneas.

Os tipos virais oncogênicos mais comuns são HPV 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, enquanto os HPV 6 e 11 estão associados a até 90% das verrugas anogenitais. O Ministério da Saúde adotou Vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente que confere proteção contra HPV de baixo risco (HPV 6 e 11) e de alto risco (HPV 16 e 18).

A vacina

A vacina Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente foi incluída na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), no Calendário Nacional de Vacinação em março de 2014, tendo como população alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Neste ano de 2015 a oferta da vacina será ampliada para as meninas na faixa etária de nove a 11 anos de idade. A vacina também será ofertada para as mulheres de 14 a 26 anos de idade vivendo com HIV.

Por Bia Andrade