Eventos de Mobilização Social retiraram do meio ambiente mais de 1,5 milhão de itens que poderiam acumular água parada

Latas, pneus e garrafas pets são os três objetos que mais oferecem risco para o acúmulo de água, se descartados de maneira incorreta pela população. Em 2014, uma das ações do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue foram as Forças Tarefas, que contaram com dois importantes instrumentos de Mobilização Social: o Dengue Móvel e o Dengômetro.

Por meio dessas ferramentas criadas pela Assessoria de Comunicação da SES/MG, foi promovida a troca dos itens que poderiam servir como criadouros do mosquito vetor da dengue e da Febre Chikungunya por material escolar, óleo de soja, leite ou kit de higiene bucal. Latas, garrafas pets e pneus, após serem trocados em eventos de conscientização, foram destinados a Recicladoras e Ecopontos para terem seu devido descarte.

Com estas ações, foi possível retirar do meio ambiente 1.541.233 objetos considerados focos de reprodução do Aedes aegypti. Como contrapartida, foram doados 144.821 materiais de troca. Para se ter ideia da dimensão deste número, é possível compará-lo aos principais pontos turísticos da cidade. O número de pneus recolhidos empilhados seria equivalente a mais de 40 torres do AltaVila. Com o número de garrafas pets retiradas do meio ambiente seria possível encher quase dois campos iguais ao do Estádio Mineirão. As latinhas destinadas a recicladoras se ficassem enfileiradas, daria para dar mais de sete voltas na Lagoa da Pampulha.

Ilustração: Cláudia Daniel

Reciclagem

Todo o material arrecadado nos eventos promovidos pela SES/MG é destinado para Ecopontos e Recicladoras. Na capital mineira, um destes locais é o Departamento de Resíduos da SLU, na BR-040. O espaço recebe os pneus recolhidos nas Forças Tarefas e nas ações de Mobilização Social. O chefe da Divisão de Reciclagem da SLU, Joaquim da Costa Pereira, explicou que os pneus recebidos ficam armazenados em galpões cobertos e a partir de 2 mil unidades são retirados pela Reciclanip.

“A empresa é responsável por triturar os pneus que são reutilizados no co-processamento do cimento nas unidades recicladoras licenciadas ou para fazer outros artefatos como composição asfáltica, quadras esportivas, tapete para automóveis ou chinelos de borracha. Pessoas físicas também podem encaminhar um ofício e solicitar esses pneus para fazer muros de arrimo ou usá-los para artesanato”, contou.

Um exemplo disso aconteceu em setembro, quando o lixo virou material de apoio à diversão, no Mundialito de Rolimã, no bairro Salgado Filho, região Oeste da capital. Os pneus foram usados para conter os carrinhos de rolimã na ladeira da Rua Magi Salomon, onde aconteceu a competição.

Outro parceiro da SES/MG, em Belo Horizonte, é a COOMARP – Cooperativa dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis da Pampulha. A organização recebe latinhas e garrafas pets e consegue gerar renda para todos os cooperados. Segundo a administradora, Débora Cristina, todo o material recebido passa por nova triagem e depois é vendido. “Os catadores separam por cor e tamanho. Depois o lixo é prensado e vendido. Todo o lucro gerado é revertido para os trabalhadores da cooperativa”, destacou.

Por Alexandre Dutra