A Secretaria de Estado de Saúde já tem, desde agosto, um plano de contingência contra o Ebola, que estabelece protocolos para tratar casos suspeitos da doença que chegarem aos serviços de saúde, aeroportos e rodoviárias de todo o estado. Em Minas, o hospital de referência para atendimento aos casos suspeitos é o Hospital Eduardo de Menezes, da rede Fhemig, que já conta com uma ala específica para o atendimento a esses casos. As equipes já estão treinadas e estão disponíveis kits de equipamentos de proteção individual (EPI) para o uso dos profissionais.

Identificado em 1976 no Zaire, atual República Democrática do Congo, o vírus Ebola possui alta letalidade – uma taxa de 60% a 90%– o que aumenta a preocupação das autoridades de saúde. Não há vacina contra o vírus, por isso, as medidas de prevenção se tornam ainda mais importantes para evitar o alastramento da doença. A transmissão entre humanos acontece por contato direto com sangue, fluídos ou secreções corporais das pessoas doentes, superfícies e objetos contaminados. No entanto, uma pessoa doente só transmite o vírus após o início dos sintomas. No período de incubação da doença, que vai de 1 a 21 dias a partir da data de contágio, não há transmissão do vírus. Outro dado importante é que o vírus não é transmitido pelo ar, apenas no contato direto com sangue e secreções de pessoas doentes.

Os sintomas e sinais típicos da doença são febre de início súbito, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. A pessoa infectada também tem vômitos, diarréia, disfunção hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos, hemorragia interna e externa. Atualmente foram confirmados 8.094 casos no mundo, com 3.900 óbitos, até o momento, não há nenhum caso confirmado no Brasil

Plano Estadual de Contingência ao Ebola

O Plano Estadual de Contingência ao Ebola é dividido em três níveis. O primeiro e atual nível é o de alerta para identificação e notificação de caso suspeito. Serão considerados casos suspeitos pessoas que tenham passados pelos três países que apresentam o surto da doença – Serra Leoa, Guiné e Libéria – e que apresente febre súbita, acompanhada ou não dos demais sintomas da doença, em até 21 dias após a chegada desses locais.

O Nível 2 do plano é acionada diante de um caso suspeito. A orientação para os profissionais de saúde dos hospitais e unidades de saúde e também dos centros médicos de aeroportos e rodoviárias é que o paciente seja colocado em uma sala isolada. Não deve ser realizada nenhuma coleta de sangue, fezes ou urina para diagnóstico, para evitar contaminação dos profissionais de saúde.

Já foram realizados treinamentos com as unidades de saúde em todo o estado e também com as companhias aéreas para atuarem diante de um caso suspeito. Caso um passageiro apresente os sintomas dentro do avião, o comandante comunicará imediatamente à torre de controle, que acionará os serviços de saúde.

Ao atender um caso suspeito, os serviços devem notificar imediatamente o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Belo Horizonte (CIEVS/BH), se o caso for identificado na capital; ou o CIEVS/MG se o paciente estiver em outro município. A Secretaria de Estado de Saúde vem orientando as regionais de saúde do estado através de videoconferências.

O paciente com suspeita de Ebola em Minas será transferido para o Hospital Eduardo de Menezes, que será a unidade de referência para o atendimento aos casos suspeitos. Em Belo Horizonte e Região Metropolitana, o transporte do paciente para o hospital de referência será feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Nos demais locais do estado, o transporte será feito de helicóptero pelo Corpo de Bombeiros.

O Nível 3 do Plano será acionado somente se houver um aumento no número de casos, com transmissão ocorrendo dentro do próprio estado. Nesse nível serão ampliados os hospitais de referência e novos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) serão adquiridos.

Veja perguntas e respostas sobre o EBOLA.

Por Giselle Oliveira