Do dia 18 a 25 de fevereiro, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) levou, até a cidade de Francisco Sá, o projeto “Saúde Itinerante – Governo de Minas mais perto de você”, realizando diversos procedimentos de assistência e prevenção à saúde para a população de seis municípios da região Norte mineira.

Pelo Programa de Enfrentamento Permanente da Dengue, lançado pelo governador Anastasia em 2010, a SES enviou uma equipe de mobilização social que esteve com representantes de diversos setores da sociedade local, e realizou, na cidade, várias ações de conscientização do risco da doença.

A equipe incentivou a multiplicação de mobilizadores, realizando blitz educativas nas principais ruas do município, visitando escolas, comércio e órgãos do executivo municipal, além de alertar a população sobre a importância de combater a dengue com prevenção, evitando o nascimento do mosquito vetor, Aedes aegypti, já que mais de 80% dos focos são encontrados nas residências.

Créditos: Ana Rita Fernandes

Para isso, a SES instalou na Praça Mariquinha Silveira, centro de Francisco Sá, o Dengômetro e o Dengue Móvel, ferramentas estratégicas de mobilização social, que juntos recolheram materiais descartáveis – latinhas, pets e pneus – vilões da propagação da doença, e trocaram por óleo de cozinha e material escolar.

A dona de casa, moradora do bairro João Gonçalves 2, Janaína Aparecida Damasceno, 36 anos e três filhos em idade escolar, trocou latinhas, pets e pneus por óleo, cadernos, lápis e borrachas. Ela acredita que a troca realizada pela SES dos inservíveis por produtos úteis incentiva a participação popular e contribui para barrar o avanço da dengue. “Trocar os descartáveis por uma coisa ou outra só traz vantagem para nós: economia com o óleo – e para receber todos têm que limpar os quintais – e, pela capa do caderno, as crianças lembram todo dia que tem que ter cuidado. E nós também”, declarou Janaína.

 

Balanço Dengue Móvel

Foram recolhidos: 45.980 latas, 16.235 pets e plásticas e 663 pneus.

 

Programa Ver Minas

Integrando o Projeto Saúde Itinerante aplicado na Microrregião de Saúde de Francisco Sá, o “Programa Ver Minas” da SES, aportou na Praça Jacinto da Silveira, também no centro do município sede da microrregião – Francisco Sá – e atendeu aos usuários do SUS provenientes dos municípios de Grão Mogol, Cristália, Botumirim, Josenópolis, Capitão Enéas e Francisco Sá, participantes da microrregião citada.

Como ação suplementar à assistência em oftalmologia, que objetiva realizar procedimentos oftalmológicos na área clínica e cirúrgica, em unidades móveis, a todo cidadão mineiro com idade superior a 50 anos, o programa visa, prioritariamente, diagnosticar e tratar os casos de catarata, considerados a maior causa de cegueira curável no mundo.

Crédito: Ana Rita Fernandes

Esta nova estratégia consiste na oferta da prestação de serviço móvel com deslocamento de carretas adaptadas para acolher, de forma organizada, a população, em municípios de difícil acesso, em especial os que são considerados de maior vulnerabilidade social e financeira. São realizados todos os exames necessários e cirurgias, se for o caso, dentre elas a de catarata, totalizando um elenco de 17 procedimentos oftalmológicos.

O corpo técnico que faz parte deste programa, mais de 80 profissionais, conta com 11 oftalmologistas com larga experiência nesta estratégia e que já desenvolveram esse tipo de atendimento em vários estados do Brasil, com aprovação do Ministério da Saúde.

Maria Ângela de Avelar Nogueira, coordenadora de Média e Alta Complexidade da SES, acompanha presencialmente a execução do programa e assegura que, para garantir a exímia qualidade dos procedimentos, é fundamental seguir a meta prevista. “Fazemos, no máximo 250 cirurgias e 830 atendimentos por dia”, afirmou.

Denilson Silveira, prefeito de Francisco Sá, avaliou que só tem a agradecer ao Governo de Minas pelos resultados excepcionais da passagem do “Saúde Itinerante” em seu município. O fato de sanar um enorme problema de demanda pela saúde oftalmológica; o aquecimento da economia local pelo comércio, hotéis e alimentação, a integração de todo o executivo municipal e o exemplo a ser copiado de que, com organização, tudo pode acontecer, “tudo isso será sempre lembrado”, contabilizou.

Transportado no ônibus da prefeitura de Capitão Enéas, o pequeno agricultor, José Fernandes da Silva, 74 anos, contou que há seis anos observou os primeiros sintomas da doença. Vendo manchas que foram escurecendo, procurou atendimento pelo SUS, na Policlínica de Montes Claros, onde foi imediatamente diagnosticado como catarata. Desde então, vem aguardando a cirurgia, que foi remarcada, mas sem previsão. “Não estava podendo fazer mais nada na roça”, relatou o agricultor, destacando que as tarefas estavam sendo executadas pela esposa, Aparecida de Jesus, 63 anos, que, já apresentando alguns problemas de visão, também foi atendida pelo “Ver Minas”. O casal saiu de Capitão Enéas às 07h20, chegou na praça onde estava instalado o programa às 8h. Por volta das 10h30, José Fernandes já havia sido operado de catarata nos dois olhos. “A gente fica feliz demais. Só Deus, nós e quem tem esse mesmo problema sabe o que a cirurgia traz de volta: vida!”, vibrou.

Coordenadora do programa na SES, Kátia Dornelas endossa a importância do usuário procurar pelo atendimento do programa para consultas e avaliação pós operatória, principalmente em casos de intercorrências. Os profissionais estarão disponíveis para esse tipo de atendimento temporário por 30 dias, no consultório instalado no Hospital Municipal de Francisco Sá. Além disso, o usuário poderá, em qualquer época, entrar em contato com profissionais do programa “Ver Minas”, pelo telefone 0800-7707 011 que está ativado desde o dia 25 de março, quando os trabalhos em Francisco Sá foram encerrados.

Resultados finais

Segundo a coordenadora executiva do Projeto em Minas, Alessandra Martins, Na etapa de Francisco Sá, foram atendidas cerca de 5.800 pessoas e realizadas 1.940 cirurgias de catarata, além de outros procedimentos como cirurgia de pterígio.

Por Ana Rita Fernandes