Uma dúvida comum entre as mães de primeira viagem é sobre como introduzir alimentos na vida do bebê que só mama. Esse processo de transição geralmente ocorre a partir dos 6 meses de idade, mas pode ser antecipado para os 4 ou 5 meses, nos casos em que a mãe precisa voltar ao trabalho e não pode amamentar a criança o dia todo, como fazia antes da licença maternidade. Tal fase em que o bebê deixa de ser alimentado exclusivamente pelo leite materno e passa a consumir outros alimentos é conhecida como diversificação alimentar ou alimentação complementar.

De acordo com a nutricionista Alice Cavalhais, colaboradora da Rede Mães de Minas, iniciar uma dieta com alimentos sólidos não elimina a necessidade do leite materno, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até os 2 anos. “Essa fase inicial tem que priorizar o hábito de a criança comer. Não é preciso se preocupar tanto com o valor nutricional, porque ela recebe nutrientes do leite materno”, destaca a especialista. “No entanto, quando a mãe vai trabalhar e fica muito tempo fora, é preciso se preocupar um pouco mais com nutrientes e preferir uma alimentação mais completa”, pondera Alice.

A introdução de novos alimentos deve ser feita gradualmente, com uma ou duas refeições por dia, sem substituir a mamada, num intervalo de 2 horas e meia após a amamentação. Caso se ofereça a comida antes disso, a criança pode recusar por estar com a barriga cheia. A recomendação é começar com alimentos que os bebês aceitam melhor, como frutas ou suco. O ideal são aquelas fáceis de amassar, como banana, maçã, pêra, manga bem madura, abacate.  Deve-se evitar frutas cítricas ou que sejam difíceis de amassar. Os primeiros sucos devem ser os mais docinhos, como de laranja serra d’água ou melancia, mas tudo sem açúcar.

“Não tem muito protocolo para evoluir. Em seguida, entram os alimentos salgados, mais bem aceitos, como batata baroa, moranga, mandioca, batata doce, batata. À medida que a criança vai aceitando, pode colocar um caldinho de carne, sem a carne, ou caldo de feijão. Depois que aceitar, pode botar os pedacinhos de carne, oferecer bolo, biscotinho e pão”, ensina a nutricionista.

Restrições

Alguns alimentos devem ser restringidos da dieta do bebê até os 12 meses de idade. É o caso do mel (por conta do risco de botulismo), dos ovos e frutos do mar (podem causar alergia). Segundo Alice Cavalhais, não se deve trocar leite materno pelo de vaca nessa fase inicial. O melhor é o complemento alimentar. Também não é recomendado colocar pimenta nem condimentos fortes na comida do bebê, além de não exagerar no sal e colocar o mínimo possível de açúcar. A criança pode comer a comida da família.

“Uma criança com 7 meses come praticamente de tudo. O bebê começa com a comida mais amassadinha, passa para os pedacinhos para estimular mastigação e, até 1 ano de idade, já come com a mesma consistência da família, desde que os alimentos estejam bem cozidos”, destaca Alice. Para os bebês com dificuldade de ganhar peso, uma dica é colocar uma colher de azeite na papinha.

Paciência é preciso

A fase inicial de diversificação alimentar não é fácil. É preciso ter paciência. A ansiedade pode atrapalhar muito, já que este é o período em que a criança cria hábitos alimentares. “A mãe não precisa ficar desesperada se o filho comer pouco. A criança vê esse desespero, e começa a chantagem, as barganhas”, conta a colaboradora da Rede Mães de Minas. No começo, a criança cospe automaticamente, acostumada só a sugar. Nesse caso, a mãe pode insistir um pouco. Recomenda-se oferecer o que o bebê conseguir comer, sem forçar nada. “Se a criança não quiser comer, não tem problema. Ela precisa de leite materno ou complemento alimentar. Porém, se passar próximo a 1 ano e a criança não comer direito, é importante procurar ajuda”, reforça Alice. A forma de avaliar, diz ela, é pelo ganho de peso e crescimento. Se crescer saudável, tudo bem.

Nesta etapa da vida, a criança tem um desenvolvimento intenso e pode triplicar o peso. Por isso, é preciso fazer escolhas saudáveis e ter cuidado sempre. “As mães se apegam muito à fase inicial e, depois que o bebê passa a comer bem, liberam geral. Mas tão importante quanto fase inicial é a alimentação por toda a vida”, alerta a nutricionista.

Saiba mais

Para saber mais sobre alimentação do bebê, acesse www.redemaesdeminas.com.br . No site do projeto Rede Mães de Minas, há uma série de dicas sobre o universo materno e, ainda, uma rede social para gestantes e mães de bebês de até 1 ano de idade. Lá, é possível interagir e tirar dúvidas com médicos, especialistas de várias áreas da saúde e outras mães.  Basta se cadastrar. E ainda encontra-se uma série de aplicativos para acompanhar a evolução da gravidez e pós-parto. A iniciativa, que visa divulgar boas práticas e orientar mulheres para o autocuidado, é uma parceria da Fundação Assis Chateaubriand com a Secretaria de Estado de Saúde, por meio do programa Mães de Minas, que visa à redução das mortalidades materna e infantil em Minas Gerais. Por meio das ações desenvolvidas, as gestantes e mães recebem acompanhamento e orientação, de forma a garantir às famílias, especialmente as mais vulneráveis, um ambiente seguro e acolhedor aos seus bebês. O programa oferece um canal de atendimento telefônico 24 horas por dia, durante todo o ano. Basta ligar 155.

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Camila de Magalhães - assessora de comunicação da Fundação Assis Chateaubriand: (61) 3214-1059 e ascom@facbrasil.org.br