Mais de 500 profissionais de saúde e gestores municipais participaram hoje da abertura da 1ª Jornada Mineira de Redução da Mortalidade Infantil e Materna da Macro Sul, última etapa do seminário que ocorre na cidade de São Lourenço e reúne representantes de 153 municípios da região.

O evento, que tem por objetivo fortalecer a rede de amparo e promoção à saúde da mulher e da criança, por meio do Projeto Mães de Minas, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), apresentou as prioridades e metas do projeto e discutiu a nova estratificação de risco da gestante e organização dos fluxos assistenciais da Rede Viva Vida.

A coordenadora do Programa Viva Vida, Mônica Vallone, ministrou a palestra de abertura destacando a natureza do trabalho dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem presentes para a consecução das metas do Projeto. “São os profissionais médicos diretamente atuantes no atendimento às gestantes e crianças que conhecem as dificuldades e especificidades assistenciais de cada localidade. Por isso, o nosso desafio hoje é buscar a sinergia dos esforços”, declarou.

Minas Gerais tem alcançado êxito na redução da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) – principal indicador que estima a qualidade de saúde dos nascidos vivos – desde o início da década de 2000. Dados de 2011 registram uma TMI de 13,1 óbitos por mil nascidos vivos no estado. Melhores condições de vida e acesso a serviços básicos de saúde favoreceram tal progresso. Todavia, especialistas apontam que a maior parte dos óbitos infantis e maternos registrados ainda é oriunda de causas evitáveis com o devido acompanhamento médico e assistencial.

Como salientou a referência técnica do Programa Viva Vida, Maria Albertina Rego, a sensibilização e capacitação da categoria médica por meio da Jornada é preponderante para a garantia das consultas pré-natais de qualidade e o adequado encaminhamento das gestantes na rede assistencial de saúde. “A nova estratificação de risco da gravidez é uma das estratégias da SES para fortalecer o papel do trabalho preventivo na Rede Viva Vida”, defendeu.

Até então, o fluxo assistencial da gravidez era classificado em apenas dois parâmetros: risco habitual e alto-risco. Para reduzir os impactos de brechas assistenciais no acompanhamento da gestante e otimizar o uso das instalações médicas para atendimentos de prioridade, a SES-MG, em parceria com a Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), criou novo protocolo no qual a gravidez passa a ser estratificada em quatro níveis: baixo, médio, alto e muito alto-risco.

Para o médico residente Luciano Paiva, da equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Bueno Brandão, a Jornada é uma oportunidade para adquirir uma visão ampliada dos processos de saúde que amparam o atendimento de mulheres e crianças. “Já conhecia o Projeto Mães de Minas em minha cidade, mas aqui pude entender melhor como o monitoramento realizado pelo 155 pode complementar nosso trabalho de vigilância das gestantes e neonatos”, disse.

A Jornada Mineira de Redução da Mortalidade Infantil e Materna de São Lourenço continua até amanhã, 21/11, com a participação do Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques, que ministrará a palestra de abertura para os agentes comunitários de saúde da região Macro Sul. Já nos dias 22 e 23/11, São Lourenço recebe a Caravana Mães de Minas, uma iniciativa da SES MG para promoção de oficinas e atividades para gestantes, mães e crianças. O evento ocorre na Praça Brasil, bairro centro.

Mães de Minas

O Projeto Mães de Minas nasceu com o propósito de conhecer e acompanhar as gestantes e crianças de Minas Gerais. Por isso, para garantir o acolhimento e a proteção necessários, foi criado o call Center 155, composto por uma equipe de 96 atendentes, conhecidas como “madrinhas” - avós e mães treinadas para oferecer atendimento humanizado.

Elas checam se a gestante foi à consulta agendada, ligam para saber sobre o parecer médico e resultado de exames, se foram diagnosticadas com gravidez de alto risco. Além disso, 12 médicos e 10 enfermeiros, em plantão diário de 24 horas, prestam atendimento às mulheres cadastradas.

Desde seu lançamento, em 2011, já foram cadastradas mais de 120 mil gestantes em todo o estado.

Por Alexandre Ribeiro