Juiz de Fora, município mineiro localizado na região da Zona da Mata, recebeu no último final de semana a Caravana Mães de Minas, que movimentou a Praça Presidente Antônio Carlos durante os dias 18 e 19 de outubro.
Gestantes, mães e famílias partilharam de diversas atividades de aprendizado e entretenimento cultural durante o evento, que é parte do Projeto Mães de Minas, um compromisso da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em prol da redução da mortalidade materna e infantil em todo o estado.
Ao se cadastrarem no Projeto, por meio do call center 155, as futuras mamães tiveram a oportunidade de participar das oficinas de aleitamento materno e cuidados com o bebê e, ainda, registraram sua gravidez em um estúdio fotográfico especialmente produzido para as futuras mães mineiras.
“Nunca tive um amparo tão grande como quando passei a ser acompanhada pelo Mães de Minas”, declarou a gestante Josiane Aparecida da Silva, 20 anos, que aguarda ansiosamente a chegada da garota “Allegra”. Em seu sexto mês de gestação, Josiane conta que a escolha do nome não poderia ser diferente. Diagnosticada com depressão e classificada com gravidez de alto risco, a jovem recepcionista viu em sua gestação uma nova motivação para planejar seu futuro. “Até me cadastrar pelo call center eu não tinha ninguém com quem tirar dúvidas, conversar, enfim, me deixar mais segura para encarar a gravidez”, disse.
Durante a oficina “De peito cheio”, Josiane aprendeu que o aleitamento materno, além de trazer diversos benefícios ao bebê e à mãe, é a forma de alimentação exclusiva para o bebê até os seis meses. “É impressionante saber que o leite é um alimento tão rico e já vem com tudo que o bebê precisa”, disse.
Já a estudante Flávia Alves Ribeiro, 20 anos, grávida de cinco meses, pôde desmistificar várias crenças em torno dos cuidados com o recém-nascido no período puerperal. “Foi ótimo poder compartilhar experiências com outras mulheres e ver que ser mãe realmente não é fácil. Aprendi, por exemplo, que não devemos colocar o neném para dormir de lado após dar o leite, pois ele pode se engasgar ao tossir”.
Flávia aproveitou também para conferir o estúdio fotográfico Mães de Minas e levar uma recordação para o filho que espera, “Kaleb”. A gestante se produziu com os adereços da cabine de fotografia e ainda levou um retrato-brinde. “Fico muito feliz de poder registrar esse momento hoje e, no futuro, poder mostrar ao meu filho que está para nascer”, contou.
O município de Juiz de Fora e diversos parceiros enriqueceram o evento com atividades para o público, como a banda do 10º Batalhão de Infantaria de Juiz de Fora e o Centro Viva Vida do Hospital Universitário, que ofereceu aferição de pressão, orientação nutricional marcação de exames ultrassom.
Para a referência em mobilização social da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS), Paulo Fernandes da Silva, a Caravana Mães de Minas culmina em um passo importante para a consolidação de uma rede de amparo à gestante e à criança. “Estamos conhecendo cada vez mais o nosso público e avançando nos trabalhos de mobilização. E sem o envolvimento de parceiros, empresas e sociedade civil não conseguiríamos estar nos aproximando do objetivo a que o projeto Mães de Minas se propõe”, disse.
Desde o seu lançamento, em 2011, o Projeto Mães de Minas já cadastrou mais de 1.080 mulheres em Juiz de Fora.
Cinema na praça
Para se divertirem e, ao mesmo tempo, aprenderem mais sobre o universo da gestação, as mães de Juiz de Fora participaram do Cine Mãe, um cinema ao ar livre, que exibiu o filme “O que esperar quando você está esperando” (2012).
O longa-metragem, que traz no elenco nomes como Cameron Diaz e Rodrigo Santoro, apresenta a cativante história de cinco casais que experimentam as surpresas e desafios ao descobrirem a chegada de seus bebês. “Me reconheci na pele das personagens em diversos momentos”, contou Luana Soares, 16 anos, mãe de Davi, de cinco meses. “Quando uma das personagens descobre que está grávida e simplesmente solta um grito, foi exatamente como me vi ao saber que seria mamãe”, disse Luana.
Acompanhamento
De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) - que reúne informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados - o município de Juiz de Fora tem uma expectativa de aproximadamente 6.200 nascidos vivos. A meta é de que todos sejam acompanhados e acolhidos pelo Projeto Mães de Minas até completarem um ano de idade.
Para a coordenadora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora (SMS), Cláudia Rocha Franco, o desafio para alcançar tal meta é trabalhar continuamente a cultura de prevenção e promoção à saúde entre as gestantes e mães. “Na Caravana, as gestantes estão tendo acesso a todos os tipos de informações que geram um sentido de co-responsabilidade, isto é, não basta dar assistência, o autocuidado é fundamental”.
Segundo a SMS, das 64 unidades básicas de saúde (UBS) do município, 39 são estruturadas com a Estratégia da Saúde da Família (ESF). Nestas unidades, os agentes comunitários de saúde acompanham de perto, em suas regiões de atuação, o desenvolvimento de cada gestante. “O Projeto Mães de Minas tem sido um importante instrumento de monitoramento de nossos trabalhos para termos cada vez mais gestantes contempladas por um atendimento pleno”, elogiou Cláudia.
Juiz de Fora é a sétima cidade mineira a receber a Caravana Mães de Minas, que já visitou, neste ano: Montes Claros, Governador Valadares, Fronteira, Pirapetinga, Gouveia, e Uberlândia. Até o primeiro semestre de 2014 o projeto percorrerá 30 municípios. Cada cidade recebe a Caravana em duas fases: uma primeira mobilização com o poder público, empresas e sociedade civil dos municípios e, no mês subsequente, o grande evento em espaço público.
Mães de Minas
O Projeto Mães de Minas nasceu com o propósito de conhecer e acompanhar as gestantes e crianças de Minas Gerais. Por isso, para garantir o acolhimento e a proteção necessários, foi criado o call Center 155, composto por uma equipe de 96 atendentes, conhecidas como “madrinhas” – mães e avós treinadas para oferecer atendimento humanizado.
Elas checam se a gestante foi à consulta agendada, ligam para saber sobre o parecer médico e resultado de exames, se foram diagnosticadas com gravidez de alto risco. Além disso, 12 médicos e 10 enfermeiros, em plantão diário de 24 horas, prestam atendimento às mulheres cadastradas.
Desde seu lançamento, em 2011, já foram cadastradas 127.643 gestantes em todo o estado. Dessas, 61.880 viraram mães e 40.558 estão, atualmente, em gestação.
Parceiros
• Centro Viva Vida de Referência Secundária do Hospital Universitário de Juiz de Fora – UFJF
• Banco de Leite Humano de Juiz de Fora
• Prefeitura Municipal de Juiz de Fora
• Secretaria Municipal de Saúde
• Arquidiocese de Juiz de Fora
• Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (COREN)
• Drogaria Souza
• Fralda e Cia
• Kakali Baby
• Baby Center
• 10º Batalhão de Infantaria de Juiz de Fora
• Mary Kay
Por Alexandre Ribeiro
