“Sabe-se que a amamentação traz inúmeros benefícios para os lactentes, em especial aos nascidos com baixo peso, ciente da importância desse ato e com o propósito de diminuir a mortalidade materna e infantil no estado, o Governo de Minas desenvolve estratégias para melhor atender as gestantes e puérperas mineiras. Estaremos sempre de braços abertos para colaborar e construir cada vez mais a rede de amamentação e a rede dos bancos de leite no estado”, ressaltou o Secretário-Adjunto de Estado de Saúde de Minas Gerais, Francisco Tavares, em sua apresentação na abertura do I Congresso de Banco de Leite Humano da Região Sudeste, que aconteceu, ontem (16/10), no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

Durante o evento, que reuniu autoridades, profissionais e estudantes universitários da área de saúde, o presidente de Honra do Congresso e coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, João Aprígio Guerra de Almeida, agradeceu o papel fundamental que Minas teve na implantação da Rede. “A nossa trajetória tem uma relação muito importante com Minas. Foi no estado, mais especificamente na Universidade Federal de Viçosa onde foram plantadas as primeiras sementes, em 1982, que permitiram a reestruturação do banco de leite humano no Brasil. E, hoje, mais uma vez, Minas nos proporcionou com esse evento, além da oportunidade desse congresso, uma excelente janela de oportunidade para o futuro do aleitamento materno”.

A Rede Brasileira de Banco de Leite Humano é composta por 212 unidades, além dos 121 postos de coleta e está presente, além do Brasil, em mais 23 países da America Latina, África e Europa. São 32 projetos de cooperação internacional e, hoje, a rede brasileira de banco de leite humano representa a maior carteira de cooperação internacional do ministério da saúde. Somando Brasil e países do exterior, já foram assistidos com leite humano mais de 290 mil prematuros de baixo peso, mais de três milhões de mulheres atendidas em aleitamento nos pontos de amamentação da rede.

Para o Diretor do Instituto Nacional de Referência de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente Fernandes Figueira do Ministério da Saúde, Carlos Maurício, o Brasil é exemplo nessa iniciativa. “Temos a sede do primeiro banco de leite humano da América Latina, e foi através desse banco de leite que começou a mudança da trajetória do aleitamento materno em nosso país. A Rede conta com o apoio de profissionais engajados de várias partes do mundo. Entre todos os prêmios que já conquistamos com os nossos bancos de leite, considero como o maior deles a diminuição da mortalidade infantil no Brasil e no mundo”, explicou.

A coordenadora de Ações de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Fernanda Ramos Monteiro, classificou o evento não simplesmente como um momento político, mas como um encontro de amigos que fazem parte de uma mesma rede, que militam pelo aleitamento materno e pela redução da mortalidade infantil. “Tenho certeza que não conseguiríamos os avanços que conquistamos durante esses anos sem a ajuda e colaboração todos”, finalizou falando em nome do secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior.

Na ocasião, também, foram comemorados os 27 anos do BLH da Maternidade Odete Valadares e os 70 anos de existência do banco de leite de leite humano do Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro. A instituição foi a primeira a implantar a iniciativa, e atualmente é considerada referência nacional. Nesse período, a Rede Brasileira de Bancos de leite Humano já foi premiada inúmeras vezes pela Unicef e OMS – Organização Mundial da Saúde.

O evento, que acontece até o dia 18 de outubro, é promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com o Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares, que faz parte da rede de hospitais da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro e o Banco de leite Humano Referência Nacional do Instituto Fernandes Figueira (IFF).

Bancos de leites humanos no Estado

Minas Gerais está entre os estados com maior coleta de leite humano. De janeiro até setembro de 2013 foram coletados 7.235 litros de leite, 51% a mais que o volume coletado durante todo o ano de 2012. O número de doadoras também cresceu de 4.695 em 2012 para 6.730 em 2013, volume que beneficiou mais de quatro mil crianças.

Atualmente, existem no Estado 12 bancos de leite e 26 postos de coletas que estão distribuídos nos municípios de Araxá, Belo Horizonte, Betim, Brasília de Minas, Juiz de Fora, Lavras, Montes Claros, Ouro Preto, Uberaba, Uberlândia, Varginha e Viçosa.

Está previsto para este ano a ampliação da rede mineira de bancos de leite humano. Foi aprovado, em 19 de junho de 2013, em CIB de nº 1483/13, a implantação de mais três bancos de leite humano nos municípios de Governador Valadares, Patos de Minas e Diamantina, além da criação de 18 postos de coleta, ligados aos novos bancos e aos antigos.

Por Miria Cesar