O secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, abriu nesta segunda-feira, 16, em Montes Claros, a 1ª Jornada Mineira de Redução da Mortalidade Infantil e Materna. Durante o evento que envolve mais de 500 profissionais da área de saúde, prefeitos e secretários municipais de 86 municípios do Norte de Minas, o secretário destacou que a redução da mortalidade infantil e materna ainda se constitui num desafio para o Governo de Minas que administra um estado com dimensão territorial do tamanho da França.

 

Mesmo diante de tal situação, Antônio Jorge, destacou que “o Governo de Minas está investindo na qualidade do pré-natal com a instituição de um sistema de vigilância que privilegia o acompanhamento das gestantes desde as primeiras semanas de gestação e criação de uma rede de maternidades para atendimento das gestantes de alto risco”.

O secretário ressaltou, também, que o óbito infantil é considerado como um "evento catastrófico" que exige ações imediatas dos serviços de saúde. Ele revelou que serão criados mais 200 leitos de acolhimento de gestantes de alto risco, com a implantação de dez novas casas de apoio nas diversas regiões do Estado e implantação de 400 novas unidades básicas de saúde, além das duas mil já existentes.

Além da prioridade de ações na busca pela redução da mortalidade infantil e materna para apenas um dígito em todo o Estado, o secretário destacou a necessidade do sistema de saúde pública do país investir na formação de enfermeiros obstetras. Os profissionais atuarão diretamente no acompanhamento de gestantes durante o pré-natal, bem como no momento da realização de partos. “Melhorar o diagnóstico durante o pré-natal e a assistência das gestantes no momento da realização do parto é fundamental para evitarmos as intercorrências, acabando com a falta de previsibilidade”, concluiu Antônio Jorge.

A 1ª Jornada Mineira de Redução da Mortalidade Infantil e Materna termina nesta terça-feira, 17, com o objetivo de sensibilizar as lideranças da região norte do Estado quanto à prioridade de enfrentamento das questões que envolvem a melhoria da qualidade do pré-natal e acompanhamento das gestantes. O secretário de Estado de Saúde destaca que nos últimos quinze anos a ampliação dos serviços de assistência à saúde tiveram grande evolução, incluindo a criação de mais de 4 mil equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). Atualmente 100 mil gestantes estão cadastradas no Call Center 155 do Projeto Mães de Minas e 40 mil estão tendo acompanhamento efetivo por parte de profissionais de saúde.

Até 21 de novembro desse ano, a Secretaria de Estado de Saúde realizará outras cinco edições da 1ª Jornada Mineira de Redução da Mortalidade Infantil e Materna contemplando as regiões de Governador Valadares, Juiz de Fora, Uberlândia, Belo Horizonte e Poços de Caldas.

Parcerias

Em agosto deste ano, a SES formalizou a assinatura de termo de parceria com o Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Corem) e com a Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Seccional Minas Gerais, com o objetivo de ampliar as ações de redução da mortalidade materna e infantil no Estado. O trabalho se dará por meio da divulgação da nova estratificação de risco da gestante junto aos profissionais da enfermagem que trabalham na atenção primária e na área de assistência à saúde.

A classificação de risco passou de duas (Risco Habitual e Alto Risco) para quatro (Risco Habitual, Médio Risco, Alto Risco e Muito Alto Risco), possibilitando assistência mais adequada à mulher e à criança. Os critérios utilizados para a estratificação de risco variam entre características individuais da gestante como estatura, peso, idade, situação socioeconômica, uso de substâncias psicoativas e também ao histórico de gestações anteriores, entre outros fatores.

Na opinião do diretor regional da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Gilvan Márcio de Oliveira a adoção da nova classificação de risco das gestantes por parte da Secretaria de Estado de Saúde possibilitará ao Governo de Minas melhorar a qualidade e o fluxo de atendimento nas unidades de saúde. Por sua vez, a referência técnica da SES, Albertina Rê, destacou que a integração de ações dos profissionais de saúde na identificação das gestantes de risco e o devido encaminhamento para os serviços de atendimento médico especializado viabilizarão a redução da mortalidade infantil e materna.

Por Pedro Ricardo