A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu ontem (11/07), no auditório da Universidade Aberta do Brasil (UAB), a oficina de implantação de redes de atenção integral para mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual. O evento teve como objetivo capacitar profissionais de diferentes setores no atendimento às vitimas de violência, visando a descentralização em cidades selecionadas epidemiologicamente e oferecer respostas rápidas e positivas na abordagem da pessoa vitimizada.

Ao abrir o evento, a superintendente regional de Saúde de Governador Valadares, Sheila Aparecida Ribeiro Furbino, ressaltou a importância da ação de todos na melhoria do atendimento de saúde. ”O SUS não se faz com uma mão só, mas numa mobilização conjunta. Temos de cuidar da saúde em todos níveis, da criança, do idoso, do homem e também da mulher, que especificamente tem tido uma evolução significativa desde 2003, principalmente com a implantação aqui em Valadares do Centro VivaVida”.
 
Segundo a referência técnica em Violência Sexual e Biossegurança da SES-MG, Mônica Ferreira da Silva, a intenção da oficina é articular e organizar um fluxo de atendimento as vítimas de violência numa rede de assistência que envolva não só o setor de saúde, mas todos os atores envolvidos no processo.

“A rede preconiza que a vítima de violência deve ser acolhida num Protocolo de Humanização na porta de entrada que é o Hospital e depois ser encaminhada ao IML para registro ou não da ocorrência, no caso da mulher adulta. Prevê, também, o acompanhamento psicológico e clínico à vítima durante seis meses, inclusive com a parte de quimioprofilaxia (DST virais e não virais, hepatites virais, antiretrovirais para HIV, pílula do dia seguinte)”, explicou.

Para a psicóloga do CREAS, Juscélia Maria da Páscoa, a concretização e definição do fluxo irão resolver alguns problemas enfrentados no encaminhamento dessas pessoas. “Apesar de realizarmos muitas ações, em muitos casos não temos instituições ou entidades para onde conduzirmos as vítimas. Torna-se necessário também para a efetividade dessa proposta um incremento de recursos humanos para as instituições envolvidas no processo”, analisou.

Participaram representantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, do Centro de Atendimento Especializado (CRASE), da Penitenciária (PACA), do Centro Referência de Assistência Social (CREAS), da APAC Feminina,VIVA Unimed,do Centro VivaVida, do Hospital Municipal de Governador Valadares, da Polícia Civil e de técnicos da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Por Frederico Bussinger