Com o objetivo de obter novos avanços na redução da mortalidade materna e infantil no Norte de Minas, na próxima semana a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) iniciará a implementação de programa de capacitação dos profissionais responsáveis pela investigação de óbito materno, infantil, fetal e de mulher em idade fértil. O treinamento, que contemplará os 53 municípios que integram a área de jurisdição da SRS, objetiva repassar orientações às referências técnicas de hospitais e das secretarias municipais de saúde na investigação dos problemas que tem provocado a ocorrência dos óbitos. Além dos coordenadores de vigilância de óbitos, da atenção primária à saúde e das referências de investigações hospitalares, a capacitação envolverá profissionais responsáveis pela inserção de dados dos municípios no Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.
 
Nos dias 16 e 17 o curso será ministrado no período de 8 às 17 horas no auditório da Superintendência Regional de Saúde, em Montes Claros. Além de técnicos do município participarão do treinamento profissionais atuantes nas microrregiões de Montes Claros, Bocaiúva, Francisco Sá e Coração de Jesus.  Na quinta-feira, 18, a capacitação será realizada no Centro de Convenções de Salinas, envolvendo representantes da microrregião de saúde de Salinas e Taiobeiras. O trabalho será encerrado dia 23, no escritório da microrregional de Saúde de Janaúba, envolvendo profissionais do município e da microrregião de Monte Azul.
 
O coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Superintendência Regional de Saúde, João Geraldo de Rezende ressalta que o grande investimento realizado nos últimos anos pelo Governo de Minas nas estruturas hospitalares do Norte do Estado e o investimento em capacitação dos profissionais da área de saúde foram de grande importância para a redução da mortalidade infantil e materna na região. Ele entende que “a capacitação de profissionais para investigação dos óbitos infantis e maternos vai permitir a análise de fatores que contribuíram para a ocorrência de problemas que são considerados evitáveis, permitindo que se estabeleça políticas públicas que visem interferir na correção desses fatores. A meta é atingir taxas iguais ou aproximadas das aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde que é de 3 a 10 por mil nascidos vivos”, frisa o coordenador.
 
 
Integrante do Núcleo de Epidemiologia da Superintendência Regional de Saúde e uma das instrutoras do programa de capacitação dos comitês de investigação de óbito materno e infantil, a enfermeira Glezia Nagle Lima Cardoso ressalta que o treinamento dos coordenadores de vigilância de óbitos, de atenção primária à saúde e das referências de investigações hospitalares é de fundamental importância para a gestão do serviço estadual de saúde.  “A real identificação dos problemas que causam a mortalidade materna e infantil é fundamental para orientar o direcionamento das ações do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, para o combate às causas da mortalidade”, explica a enfermeira. Ela avalia que os resultados já alcançados com a redução da mortalidade materna e infantil no Norte de Minas são otimistas, mas entende que a capacitação dos integrantes dos comitês municipais abre novas possibilidades para uma queda mais acentuada dos índices ainda registrados na região.

Por Pedro Ricardo