Depois que o bebê nasce, as mães costumam criar um apego enorme aos filhos. A dedicação em tempo integral vira uma rotina e, quando a licença-maternidade chega ao fim, a dor da separação pode ser forte. Muitas mães sofrem antes do tempo, como foi o caso de Renata Lima Netto, mãe de Daniel, 6 anos, e Rafael, 4. “Sofri muito por antecipação, achando que o momento da separação seria impossível”, revela Renata. No entanto, ela conseguiu superar. “Depois de 4 meses em casa, eu até fiquei feliz com a possibilidade de voltar ao trabalho. Estava desgastada da dedicação integral ao bebê e com saudades do ambiente do trabalho, do contato com os colegas”, conta.

 

Na avaliação do psicólogo clínico Eduardo Reis Penido, coloborador da Rede Mães de Minas (www.redemaesdeminas.com.br), o argumento mais forte para tentar superar esse sentimento é o de que muitas mães já passaram por isso e sobreviveram. “Aprender a lidar com as frustrações e perdas é uma necessidade do processo de crescimento, que se faz presente a cada momento de nossas vidas”, ensina. “Irá existir uma sensação de luto, num nível muito menor, pois a criança estará de volta em poucas horas.”

De volta ao trabalho, como fazer para se organizar emocionalmente e conseguir trabalhar sem prejudicar as tarefas? Eduardo Penido destaca que muitas pessoas gostam de dizer que controlam as emoções, porém, isso pode repercutir no físico. Então a dica é manejar as emoções para que não fiquem bloqueadas. “Observe suas emoções, dê-lhe um nome, reconheça-a. E note como ela também vai se transformando, modificando, a cada respiração. O uso da respiração como mecanismo de mudança é muito importante, especialmente no caso do manejo das emoções”, observa o psicólogo.

Para amenizar o impacto da distância, as mães podem adotar alguns comportamentos para passar segurança ao filho. Um deles é fazer pequenos testes para deixá-lo por momentos, minutos ou horas com outra pessoa que possa cuidar dele, a fim de que a mãe sinta o que deverá acontecer quando voltar a trabalhar. É uma boa forma de lidar com esse momento, para trabalhar o desapego.

Com quem fica o bebê

Outra dúvida frequente das mães diz respeito ao que deve ser levado em conta na hora de decidir quem vai ficar com o bebê. A orientação do especialista é deixar a criança com quem você confia. Pode ser a mãe, a irmã, uma vizinha. No entanto, o melhor seria uma creche, pois possui uma estrutura física que poderá aconchegar melhor a criança. Eduardo Penido recomenda que se dê preferência às creches onde já estiveram alguns filhos de conhecidos e amigos, além de observar se há uma boa impressão da pessoa que cuidará do bebê.

Entre as vantagens da creche, estão a facilidade de socialização da criança, o estabelecimento de limites sociais, a imunidade que se elevará em função das bactérias que circularão por todos. Também a procedência dos profissionais, pois há uma supervisão por alguém credenciado e que está inserido em um grupo, o que funciona como um controle das ações dos adultos.

Na hora da escolha da creche, é importante observar os seguintes aspectos: espaço físico, limpeza, higiene, procedência dos profissionais que estão trabalhando no local, experiência. “Também a proximidade com a casa ou o trabalho é importante, principalmente nestes dias de trânsito intenso. A comodidade e a segurança da mãe e criança é fundamental”, reforça Penido.

Saiba mais

Para saber mais sobre assuntos relacionados à saúde materna e infantil, acesse www.redemaesdeminas.com.br. No site do projeto Rede Mães de Minas, há uma rede social para gestantes e mães de bebês de até 1 ano de idade. Lá, é possível interagir e tirar dúvidas com médicos, especialistas de várias áreas e outras mães.  Basta se cadastrar. E ainda encontra-se vários aplicativos para acompanhar a evolução da gravidez e pós-parto, além de artigos sobre os mais diversos temas do universo da maternidade.


A iniciativa, que visa divulgar boas práticas e orientar mulheres para o autocuidado, é uma parceria da Fundação Assis Chateaubriand com a Secretaria de Estado de Saúde, por meio do programa Mães de Minas, que visa à redução das mortalidades materna e infantil em Minas Gerais. Por meio das ações desenvolvidas, as gestantes e mães recebem acompanhamento e orientação, de forma a garantir às famílias, especialmente as mais vulneráveis, um ambiente seguro e acolhedor aos seus bebês. O programa oferece um canal de atendimento telefônico 24 horas por dia, durante todo o ano. Basta ligar 155.

Por Camila de Magalhães - assessora de comunicação da Fundação Assis Chateaubriand