Na área da saúde, a prevenção de doenças deve ser constante, especialmente no caso das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza ações prioritárias como monitorar os casos de transmissão vertical das IST e propor medidas e estratégias de intervenção com foco na prevenção, diagnóstico, tratamento e vigilância dos agravos.

Nesse contexto, a SES-MG também atua em parcerias com a sociedade civil para prevenção e cuidado às IST.

Uma das organizações parceiras é a Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig). A diretora-geral da Associação, Cida Vieira, explica como a organização agiu na campanha “Dezembro Vermelho”, que teve como objetivo a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis. “Em dezembro, realizamos várias ações pela Aprosmig. Fomos aos pontos de trabalho das trabalhadoras sexuais, falamos sobre prevenção, redução de danos, a importância de fazer testes, bem como o uso da camisinha masculina, feminina e do gel. Incentivamos que elas façam os testes de sífilis, HIV e hepatite”, contou a diretora.

Cida Vieira, diretora-geral da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) - Foto: Leandro Heringer

Apoio e conscientização 

A Aprosmig fornece preservativos e gel às trabalhadoras em parceria com o Estado e com o município de Belo Horizonte. “Fornecemos insumos e testagens, além de ir aos hotéis fazer testagem com as mulheres. Se houver algum sintoma, acompanhamos ao Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)”, descreveu Cida Vieira.

Um dos objetivos da Associação é que as trabalhadoras sejam multiplicadoras das ações de conscientização nos hotéis. “Testar e cuidar é uma ação que fazemos no Dezembro Vermelho. Mas, as ações não ficam restritas a essa época do ano nem ao carnaval. Temos ação permanente com as voluntárias da instituição e com a PUC Minas”, destacou a diretora da Aprosmig.

Cartaz da Aprosmig, divulgando os testes rápidos - Foto: Leandro Heringer

 

Situação da sífilis

A referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte, Verlanda Bontempo, aponta que o número de casos de sífilis, que possui tratamento disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, vem aumentando notadamente a cada ano, representando no Brasil uma reemergência da doença. “Os dados de sífilis são preocupantes, uma vez que a taxa de detecção de sífilis em Minas Gerais aumentou de 74,00 para 115,3 por 100 mil habitantes, do período de 2019 para 2023”, disse a referência. Segundo ela, esses resultados são ainda mais preocupantes quando observadas as infecções durante a gestação. Em relação à sífilis congênita - infecção grave, transmitida da mãe para o filho durante a gestação - Bontempo informa que a prevenção “pode ser evitada quando o diagnóstico e o tratamento da mãe são realizados em tempo oportuno”.

Por Leandro Heringer