Com o início do ano letivo, pais, alunos e responsáveis têm a oportunidade de vivenciar a integração entre saúde e Educação pelo Programa Miguilim.

Trata-se de  uma iniciativa da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SEE-MG), e destaca-se pela integração entre educação e saúde, promovendo o desenvolvimento integral dos estudantes. O foco da ação está na união entre profissionais da educação e da saúde, permitindo a identificação precoce de problemas, como dificuldades de aprendizagem e questões de saúde ocular e auditiva.

“Essa colaboração é essencial para atender aos aspectos emocionais, sociais e cognitivos dos alunos e possibilita intervenções mais eficazes, criando um ambiente escolar inclusivo e acolhedor”, destaca a superintendente de Políticas Pedagógicas da SEE-MG, Rosely Lúcia de Lima.

Outro benefício apontado pela superintendente é a maximização do potencial dos estudantes. “Eles recebem o suporte necessário para superar desafios e alcançar seu pleno potencial, tanto acadêmico quanto no bem-estar geral”, salienta Lima.

A superintendente ressalta a importância do foco em triagens auditivas e oculares. Assim, o programa identifica precocemente dificuldades de aprendizagem e promove a inclusão de estudantes com necessidades especiais. Isso facilita a adaptação e melhora o desempenho acadêmico, garantindo acesso igualitário ao conhecimento.

A macrorregião de Saúde Centro envolve 105 municípios mineiros. O objetivo é realizar triagem de mais de 160 mil estudantes. A expectativa da SES-MG é de que 30% desse público, após a triagem, seja encaminhado para consulta na rede especializada.

Imagem: SES-MG

“O programa Miguilim tem o objetivo de detectar alterações auditivas e oculares, em tempo oportuno, nos estudantes da rede pública da educação básica de Minas Gerais. Por meio do teste de Snellen, aplicado nos alunos pelos próprios profissionais da educação, são detectados quais estudantes possuem alteração na acuidade visual”, afirma a especialista em Políticas e Gestão da Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Sete Lagoas, Bruna Martins Tavares.

“Para a avaliação auditiva, é utilizado o Instrumento de Triagem Auditiva Infantil, direcionado aos responsáveis pela criança, que devem responder às perguntas relacionadas à fala e audição das crianças. Posteriormente às triagens, os estudantes que apresentarem alterações são encaminhados para consulta para avaliação da necessidade de utilização de óculos ou aparelho auditivo”, explica Tavares.

Referência técnica do Programa Miguilim na SRS Belo Horizonte, Dhebora Lage, ressalta o papel da Atenção Primária à Saúde (APS). “A APS realiza ações de promoção da saúde ocular, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. As equipes de APS são responsáveis por promover a saúde ocular, prevenir doenças, tratar e reabilitar condições oculares, além de investigar comorbidades e realizar vigilância em saúde”, explica Lage.

Ilustração: Copilot

 

Dados relacionados ao programa nas Unidades Regionais de Saúde da Macrocentro

LocalidadeQuantitativo de Estudantes a Serem TriadosTotal de Triagens até o MomentoTotal de Estudantes com Necessidade de Encaminhamentos

Belo Horizonte

134.372

8.660

3.282

Itabira

8.366

1.490

595

Sete Lagoas

18.215

2.050

796

Fonte: Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, dezembro de 2024.

Além de proporcionar um contexto favorável para o desenvolvimento estudantil, outros benefícios são destacados:

  • Fortalecimento do relacionamento social, promovendo um ambiente escolar acolhedor e colaborativo.

  • Sentimento de apoio dos estudantes em suas necessidades emocionais e educacionais, melhorando a interação entre eles e com a comunidade escolar.

  • Criação de um ambiente inclusivo e livre de discriminação, onde os estudantes possam superar barreiras e alcançar seu pleno potencial.

  • Enfrentamento ao bullying.

O que fazer para participar do Programa

As escolas informam as famílias sobre o Programa Miguilim por meio de reuniões, cartas e bilhetes. Pais ou responsáveis por estudantes com alterações visuais identificadas são orientados a procurar a Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) para agendar consultas. Caso não agendem ou compareçam, a UAPS informa a escola para a realização da busca ativa.

As escolas estão implementando o Programa Miguilim de várias maneiras para garantir que os estudantes recebam o suporte necessário. Aqui estão alguns dos principais passos:

  • Informação às Famílias: As escolas informam as famílias sobre o programa através de reuniões, cartas informativas e bilhetes. Isso ajuda a garantir que os pais ou responsáveis estejam cientes das etapas e benefícios do programa.

  • Triagem de Saúde: Os estudantes passam por triagens auditivas e oculares para identificar possíveis dificuldades. Aqueles com alterações visuais, por exemplo, são encaminhados para a Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) para consultas e avaliações.

  • Colaboração entre Profissionais: Profissionais da educação e da saúde trabalham juntos para criar estratégias de ensino adaptadas às necessidades dos estudantes. Isso inclui diagnósticos, orientações e tratamentos necessários para garantir um cuidado integral.

  • Ambiente Inclusivo: As escolas se esforçam para criar um ambiente acolhedor e inclusivo, onde todos os estudantes se sintam apoiados. Isso inclui ações para combater o bullying e promover a participação ativa de todos os alunos.

Busca Ativa: Caso os responsáveis não agendem ou compareçam às consultas, a UAPS informa a escola, que então realiza uma busca ativa para garantir que o estudante receba o atendimento necessário.

Por Leandro Heringer