O Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) foi agraciado em dezembro de 2024 com o Prêmio João Batista – Amigo da Pessoa com Doença Falciforme –, uma honraria que reconhece o empenho de pessoas e instituições que se destacam na defesa e promoção dos direitos das pessoas com doença falciforme.
Instituído pela Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Minas Gerais (Dreminas), a premiação é um tributo a João Batista, um dos fundadores da organização, que transformou o sofrimento causado pela doença em superação e inspiração para apoiar outras pessoas.
Maria Zenó Soares da Silva, presidente da Dreminas, destacou a importância do reconhecimento.
“Criamos este prêmio com o objetivo de homenagear o nosso amigo João Batista e, por meio dele, prestar agradecimento às pessoas e instituições que respeitam as peculiaridades da doença falciforme. Recebem o prêmio aqueles que têm um olhar diferenciado e transformam nossa dor em alegria”, afirmou.
O objetivo é celebrar as ações que contribuem para a implantação e implementação de políticas públicas voltadas à atenção integral às pessoas com doença falciforme, reconhecendo esforços que promovem mudanças significativas na qualidade de vida e nos cuidados prestados a essa população.
Rosa Maria dos Santos, referência técnica para população negra da Coordenação de Saúde Indígena e Políticas de Promoção da Equidade da SES-MG, ressaltou a importância da premiação.
“Esse prêmio é um reconhecimento ao trabalho de sete anos do comitê. Ele reflete a construção da Política Estadual da População Negra e Quilombola e o desenvolvimento de um plano operativo que visa a organização da assistência às pessoas com doença falciforme”, celebrou.
O Comitê Técnico de Saúde da População Negra e Quilombola foi instituído em 2017 e tem sido uma referência na articulação entre gestão pública, movimentos sociais e academia.
Sua estrutura conta com representantes da SES-MG, Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), Fundação Hemominas, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), Conselhos Estadual e Municipais de Saúde, Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir), Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial, comunidades quilombolas e movimentos sociais como o Movimento Negro Unificado e o Movimento Afro-LGBT, juventude negra, religiões de matriz africana, entre outros.
Misley Pereira, integrante do Comitê como representante do Movimento Negro Unificado (MNU), destacou a relevância da participação social. “A presença ativa da sociedade civil é essencial para o controle social do SUS e para trazer a visão das mudanças necessárias na base. Essa integração entre gestão, usuários e academia tem gerado transformações significativas no atendimento e na prestação de serviços”.
A parceria entre a SES-MG, a Fundação Hemominas e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi também enaltecida por Misley. “Eu acho que essa união deve ser muito mais potencializada no nosso estado. A gente tem universidades espalhadas por toda Minas Gerais. Além disso, o comitê promove a participação dos usuários, para que a gente possa realmente ter a sociedade civil exercendo o controle social do SUS, o que pode trazer a visão das mudanças diretamente na base”.
A doença falciforme afeta majoritariamente a população negra e é marcada por desafios que exigem atenção especializada e sensível. O Comitê tem trabalhado para fortalecer a assistência à saúde dessa população por meio de políticas inclusivas e estruturadas.