“Bater a cabeça” e “Bater cabeça”, são expressões parecidas que, mesmo com significados diferentes, estão no contexto do III Fórum de Urgência e Emergência e Simulado de Incidente de Múltiplas Vítimas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que ocorre de 28 a 30 de novembro em Uberlândia.

Bater a cabeça está associado à Rede de Urgência e Emergência, que dependendo da situação do acidente, necessita de atendimento médico para evitar sequelas e mesmo a morte. Já bater cabeça, possui o sentido figurado, que é diferença de opinião, divergência ou discordância, ponto este que não pode acontecer em se tratando de acidentes com múltiplas vítimas, uma vez que o trabalho coeso da equipe faz toda a diferença ao salvar vidas.

Rosana Gervásio falando sobre a RUE no Triângulo do Norte

Durante os três dias de Fórum, a programação teve como objetivo principal capacitar profissionais em formação e já formados na temática de urgência e emergência que possui dados estatísticos alarmantes, com alto índice de morbimortalidade, seja pela cinemática do trauma ou doença manifestada, seja pelo tempo e qualidade do atendimento prestado nas primeiras horas. O último dia, que será um treinamento simulado, visa dar segurança aos profissionais em um ambiente controlado que, mediante um desastre, tenham conhecimento e tranquilidade para agir corretamente.

Para a abertura do evento, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia foi convidada para compor a primeira mesa redonda para falar sobre a Rede de Urgência e Emergência (RUE) no Triângulo do Norte. A referência técnica da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde, Rosana Gervásio, destacou que a macrorregião de Saúde possui o Plano de Ação Regional (PAR).

Rosana Gervásio falando sobre as políticas estaduais de assistência

“Desde 2008, quando o PAR foi instituído na região, avançamos e muito em quantidade e qualidade dos serviços assistenciais que compõem a RUE, organizando principalmente as grades de referência para as linhas de cuidado do Acidente Vascular Cerebral, Cardiologia e Traumato-Ortopedia, visando garantir uma assistência adequada e em tempo oportuno”, concluiu Gervásio.

Mudanças climáticas e transição demográfica. Estes foram dois grandes desafios pontuados pela coordenadora da Gestão da Clínica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), June Barreiros Freire, em se tratando da RUE. “Antigamente, os principais acidentes com múltiplas vítimas envolviam ônibus em rodovias e hoje temos desastres naturais, vazamento de materiais tóxicos, epidemia e acidentes aéreos”.

Mesa de abertura do III Fórum de Urgência e Emergência e Simulado de Incidente de Múltiplas Vítimas da UFU

E em relação ao perfil das vítimas, ela pontuou sobre o atendimento a crianças e idosos, considerando a mudança demográfica da população nos próximos anos. “Segundo estatísticas, teremos uma população predominantemente idosa nas próximas décadas, e a atenção, por parte dos profissionais, deve considerar este perfil”, finalizou Freire.

O evento envolveu os profissionais do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), de hospitais públicos e privados da região, a academia da UFU que esteve presente por meio das faculdades de medicina, enfermagem, nutrição, psicologia, direito e jornalismo, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e demais instituições parceiras envolvidas no contexto.

Saiba mais sobre o evento em: https://eventos.ufu.br/iii-forum-urgencia-emergencia-ufu-2024

Por Lilian Cunha / Fotos: Lilian Cunha