A leptospirose, doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, ganha destaque nos meses chuvosos, sobretudo entre dezembro e março, devido ao aumento significativo de casos associados às enchentes e alagamentos.
Segundo Mariana Gontijo, coordenadora estadual de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a doença pode variar desde formas assintomáticas até quadros graves.
"Os sintomas iniciais, como febre, dor muscular, náuseas e vômitos, podem ser confundidos com outras doenças, como a dengue. Por isso, é essencial que profissionais de saúde estejam atentos ao histórico de exposição do paciente nos últimos 30 dias", afirma.
A transmissão ocorre em áreas urbanas, devido a condições de saneamento e superpopulação de roedores, bem como em áreas rurais, nesses casos associada a atividades agropecuárias.
Situações de risco incluem contato com água ou lama de enchentes, lixo, fossas e locais com sinais de roedores. Nos casos graves, a leptospirose pode levar a complicações como insuficiência renal, hemorragias pulmonares e miocardite, sendo necessária atenção imediata aos sintomas.
"É importante considerar qualquer morte por leptospirose como evitável por meio de prevenção e cuidados adequados", destaca Gontijo.
Enfrentamento
A SES-MG tem adotado uma série de medidas para enfrentar a leptospirose, que incluem:
Prevenção e tratamento
Entre as medidas para prevenção da leptospirose estão:
O diagnóstico é feito pela análise de amostras de sangue na Fundação Ezequiel Dias (Funed), utilizando métodos como Elisa-IgM, MAT ou PCR. O tratamento envolve o uso de antibióticos e deve ser iniciado imediatamente após a suspeita clínica.
Ao apresentar sintomas, é fundamental procurar atendimento médico e informar sobre qualquer exposição recente a situações de risco.
"O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são essenciais para evitar complicações graves", indica a coordenadora.
Panorama em Minas Gerais
Em 2024, até o momento, Minas Gerais notificou 757 casos suspeitos, com 57 confirmações e dois óbitos registrados.
Em 2023, foram 1.077 casos notificados, 113 confirmados e seis óbitos por leptospirose no estado.
Historicamente, a doença tem maior prevalência nas regiões Centro-Sul e Triângulo Mineiro, reforçando a necessidade de ações específicas de vigilância e prevenção.