Durante quatro dias, supervisores de controle de endemias dos municípios de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos participaram de uma capacitação para “Qualificação das ações de arboviroses”. O objetivo foi preparar os municípios para o combate ao Aedes aegypiti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, para o período sazonal de 2024/2025. O curso foi realizado de 11 a 14 de novembro por referências técnicas da SRS Passos e referências municipais capacitadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para ser multiplicado junto aos agentes de controle de endemias.
Dentre as diversas atribuições desses profissionais, os supervisores de controle de endemias são os responsáveis pela orientação e acompanhamento das ações de controle vetorial do Aedes aegypti executadas pelos agentes de controle de endemias (ACEs).
Segundo a superintendente da SRS Passos, Kátia Rita Gonçalves, a dengue é considerada um dos maiores problemas de saúde pública, especialmente, em países tropicais, cujas condições sócios-ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do transmissor da doença, o mosquito Aedes Aegypi. “Devido à dificuldade de evitar a dengue em áreas onde há o Aedes Aegypti, a implementação de um programa contínuo de vigilância é primordial, além da capacitação de profissionais e principalmente a conscientização e o engajamento da população não apenas em períodos chuvosos, mas o ano todo”, disse.
A programação do curso abrangeu atividades teóricas e práticas em trabalho de campo, por meio de uma metodologia que aborda todos os processos de prevenção e combate às arboviroses. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Passos, Márcia Aparecida Silva Viana, a capacitação faz parte de uma série de ações da SES-MG para fortalecer a capacidade de resposta dos municípios no enfrentamento das arboviroses em todo o estado.
“No ano passado, nós vivemos uma situação muito complicada que perdurou até este ano, em relação à epidemia de dengue. O pior momento foi o número de óbitos que essa epidemia ocasionou. Para este ano, a SES-MG elaborou uma série de ações preparatórias para o período sazonal das arboviroses, que se inicia em dezembro”, disse a coordenadora do Nuvepi.
Controle do mosquito
Márcia Silva explicou que as ações da SES-MG contemplam cinco eixos, que vão da eliminação do Aedes aegypti, por meio do controle vetorial e vigilância epidemiológica, à assistência médica, farmacêutica e laboratorial. “Em nosso caso, estamos trabalhando com controle vetorial. E nossa expectativa é de que todos os supervisores terminem essa capacitação com os conhecimentos necessários para repassarem aos agentes de combate de endemias de seus municípios. São ações imprescindíveis para o controle vetorial”, observou a coordenadora do Nuvepi.
De acordo com a superintendente Kátia Gonçalves, conhecendo a importância do controle do vetor para a interrupção da cadeia de transmissão da dengue, a SRS Passos tem investido na capacitação de supervisores de campo, uma atividade que permite o acompanhamento da execução das ações de supervisão de controle vetorial e sua qualidade, potencializando os recursos disponíveis e realizando as alterações necessárias.
“Por intermédio da supervisão, é possível monitorar aspectos essenciais ao trabalho de campo, tais como a utilização de insumos, as ações e atividades programadas bem como a produtividade do trabalho”, acrescentou, lembrando que o controle da dengue não se deve apenas ao trabalho dos órgãos públicos, mas sobretudo da participação efetiva da população na eliminação de possíveis criadouros do mosquito da dengue, em um esforço conjunto para o combate dessa endemia.
Qualificar ações
A referência técnica em controle vetorial da SRS Passos, Waldecir Evilson Serafini, que ministrou várias aulas no curso para os supervisores de controle de endemias, lembrou que a qualificação das ações de combate às arboviroses começou em 2022 e chegou em 2024 com o módulo II.
Ainda segundo Waldecir Serafini, com a capacitação, os supervisores estão mais preparados para orientar, acompanhar e corrigir o que for necessário no trabalho de campo dos agentes, para melhorar a eficiência do controle vetorial, diminuindo a infestação do Aedes aegypti e, consequentemente, os casos de dengue nos municípios. “Espero que os supervisores ponham em prática o que aprenderam durante os quatro dias de curso”, disse.
Para Joilson da Silva Silveira, supervisor de controle de endemias de Alpinópolis, no que depender de seu aprendizado no curso, os agentes de endemias de seu município estarão preparados para enfrentar o risco das arboviroses. “É importante que eles foquem na importância do serviço que desenvolvem para a sociedade, porque é o agente que está ali enxergando a realidade do campo. É o serviço dele que vai refletir o que o município vai enfrentar no ano seguinte”, disse.