Miguilim era um garoto do sertão que não entendia o universo dos adultos. Mas ele viveu uma reviravolta ao receber um par de óculos, que o fez enxergar o mundo de forma inédita.
Para que as crianças e adolescentes mineiros também possam ver o mundo com todas as suas formas e cores, o Governo de Minas, por meio das Secretarias de Estado de Saúde (SES-MG) e de Educação (SEE-MG), criou o Programa Miguilim, que leva triagens oculares às escolas públicas para estudantes de 5 a 18 anos.
As triagens são realizadas por professores capacitados que utilizam o Teste de Snellen. Caso seja identificada alguma alteração, os alunos são encaminhados para a Atenção Primária e, em seguida, para consultas na Atenção Especializada.
Além do diagnóstico, o programa oferece óculos para quem precisa. A meta é realizar 107.394 consultas e fornecer 32.259 óculos, com um investimento superior a R$21 milhões, abrangendo os 769 municípios que aderiram ao Miguilim.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, destaca que o programa contribui para reduzir os vazios assistenciais em oftalmologia e promove diagnósticos e tratamentos precoces.
“Identificar problemas visuais logo na infância é crucial para o aprendizado, a socialização e a qualidade visual na vida adulta”, pontua.
"Já estamos colhendo resultados muito positivos, com crianças e adolescentes, desde a educação básica até o ensino médio, sendo triados, encaminhados, recebendo os óculos e melhorando o desempenho escolar", afirma.
Para Igor de Alvarenga, secretário de Estado de Educação, o programa reforça o compromisso do Governo de Minas com o cuidado integral dos estudantes da rede estadual.
"Integramos saúde e educação para prevenir a evasão escolar e garantir que nossos alunos tenham as condições necessárias para desenvolver todo o seu potencial", ressalta.
“Essa iniciativa reflete o esforço coletivo das Secretarias de Saúde e Educação em promover políticas públicas transformadoras em Minas Gerais", afirma Igor de Alvarenga.
Um olhar que faz a diferença
Histórias como a de Sophia, de 10 anos, em Sacramento, ilustram a importância do programa. Antes dos óculos, ela se queixava de dores de cabeça e dificuldade para estudar.
“Ela passou pela triagem na escola, foi encaminhada para o oftalmologista e então recebeu os óculos. Desde então, já percebemos a melhora dela na escola e nas atividades diárias, tanto em casa quanto na realização das atividades escolares, e estamos muito felizes ”, comemora o pai, Leonardo Bernardes.
Rosilene Carvalho, professora de São Sebastião do Maranhão, reforça que o treinamento recebido pelo Miguilim capacita os educadores a identificar precocemente problemas de visão, impactando positivamente o ensino-aprendizagem.
"Com melhor visão, os alunos aprendem mais, têm desempenho superior em provas e aprendizado mais efetivo", conclui.
Rede de cuidados ampliada
Além do Miguilim, o Governo de Minas está estruturando a Rede de Atenção Oftalmológica, que vai ampliar o acesso a consultas, tratamentos e cirurgias, com orçamento de R$67 milhões para o seu cofinanciamento.
A Política Estadual de Oftalmologia assegura que toda criança tenha sua primeira consulta oftalmológica no primeiro ano de vida. A rede também inclui cuidados para glaucoma, câncer e catarata, além da reabilitação visual, oferecendo suporte especializado para pessoas com deficiência.
Os Centros Especializados em Reabilitação (CER) são fundamentais nesse processo. Em Minas Gerais, 18 serviços oferecem suporte a diversas modalidades de reabilitação, como visual, auditiva e física, assegurando um atendimento integral.
Saúde auditiva integrada
O Miguilim também vai atuar na detecção de problemas auditivos na rede pública de ensino, com recursos na ordem de R$14 milhões, destinados à estruturação dos serviços e realização de exames e consultas especializadas.
Esse eixo está em fase de implantação e, até agora, 83 Serviços de Saúde Auditiva na Infância, de 72 microrregiões do estado, já aderiram ao programa.