Promover a integração da rede e avançar na comunicação com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são as premissas para tornar o acesso aos serviços em saúde cada vez mais universal. Para disseminar esse conceito e estabelecer diálogo claro com os servidores que atuam na construção do acesso à saúde, tanto no nível central quanto nas Unidades Regionais de Saúde (URS), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, nos dia 10 e 11 de outubro, em parceria com o Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica (Inaff), o evento Maiss Acesso.

Crédito: Rafael Mendes

A abertura do evento contou com a participação da subsecretária de Acesso a Serviços de Saúde da SES-MG, Juliana Ávila, da subsecretária de Redes de Atenção à Saúde, Camila Castro, do subsecretário de Regionalização, Renan Oliveira, e da chefe de gabinete da SES-MG, Marina Cury. 

“Tivemos a honra de contar com a participação de mais duas subsecretarias, de Gestão Regional e de Redes de Atenção à Saúde, pois são as áreas de maior interface e sabemos que a SES só funciona quando todos os atores estão em diálogo e trabalhando em conjunto para subsidiar a formulação de políticas e atuar na execução de algumas delas”, destacou Juliana Ávila.

Ainda de acordo com a subsecretária, a iniciativa partiu da necessidade de evidenciar a importância do empenho coletivo e individual e da melhoria dos processos de trabalho para proporcionar mais acesso ao usuário. 

“Atualmente, temos quase 350 pessoas vinculadas à subsecretaria e esse espelhamento em nível regional chega a 1.200 pessoas. Precisamos que todos estejam alinhados com a mesma definição do que é o acesso à saúde, qual é o nosso propósito ede que forma podemos atuar para tornar esse acesso real”, explica.

Ao longo do primeiro dia, foram colocados em pauta os principais desafios encontrados pelos usuários para acessar os serviços do SUS, entre eles os relativos a integralidade da assistência, à organização do fluxo de atendimento e à comunicação, enfrentados por todos os atores atuantes na construção do acesso à saúde, desde os entes federados, até os profissionais que atuam na ponta, quanto com o próprio usuário. 

O professor da Universidade Federal da Bahia, Lindemberg Assunção, explicou que o acesso à saúde depende, principalmente, da região em que o paciente está. “O Brasil inteiro está passando por uma transformação devido ao avanço da tecnologia. É necessário intensificar as ações de capacitação, de comunicação e temos que utilizar as ferramentas tecnológicas para proporcionar essa melhoria. Juntar todo o acesso em uma única estrutura acessível em todo o país, digitalmente, permite mais celeridade e, certamente, vai melhorar o acesso dos usuários”, ressaltou.

Durante uma mesa redonda com o tema Gestão Interfederativa do Acesso à Saúde, a superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Minas Gerais, Maflávia Ferreira, ressaltou a importância dos avanços tecnológicos como ferramenta de inovação para aprimorar o atendimento no SUS. 

“O Ministério da Saúde desempenha um papel central na promoção do acesso à saúde no contexto da gestão interfederativa dos SUS. Ao definir as políticas, diretrizes e critérios para o funcionamento do sistema, se estabelece um marco comum para que os três entes federativos, União, Estado e municípios, trabalhem de forma coordenada e colaborativa. Nesse sentido, consideramos que o SUS Digital promoverá um grande avanço para toda a rede de atendimento no Brasil e vai permitir que o acesso da população aos serviços seja facilitado e otimizado”, comentou. 

Talitha Assis representou os usuários do SUS de Minas Gerais no evento e também participou da mesa redonda. Para ela, a comunicação com o cidadão deve ser feita de maneira mais ampla e empática para que ele conheça seus direitos.

“Nós, usuários, temos uma dificuldade de entendimento do que é do nosso direito. Falta educação cidadã e a divulgação do fluxo que temos que seguir, porque nem sempre somos instruídos da maneira correta para receber o atendimento que precisamos. Acredito que seja necessário pensar em políticas e ações voltadas à melhoria do atendimento das pessoas, pois, a falta de empatia, inclusive dos profissionais que atuam na ponta, está diretamente ligada à jornada que este paciente terá dentro dos serviços de saúde”, aponta.

“Quem está desenvolvendo o fluxo precisa pensar enquanto usuário e geralmente é bem distante a realidade de quem está elaborando as políticas e o acesso de quem, de fato, precisa receber esse atendimento. Portanto, melhorar essa percepção vai ajudar muito a melhorar o acesso”, finaliza Talitha Assis.

Durante o segundo dia do evento, foram abordadas as estratégias para promover inovação em saúde e foram apresentadas as diretrizes para o Planejamento Tático da Subsecretaria de Acesso a Serviços de Saúde para 2024 e 2025, entre outros projetos internos. 

“Lançamos nosso Planejamento Tático, que é um desmembramento do planejamento estratégico, abarcando os nossos projetos. E a diretora do Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte, Geórgia Rocha, que trabalha na segurança pública, explicou como esse planejamento tático utilizado na segurança pode ser aplicado nas nossas ações da saúde”, concluiu Juliana Ávila. 

O Maiss Acesso reuniu equipes de acesso a insumos e serviços de saúde, incluindorepresentantes do nível central e regional da SES-MG, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG),do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), e do Ministério da Saúde.  

Por Jornalismo SES-MG