Antecipar situações críticas de doenças e atuar na prevenção de epidemias são alguns dos principais focos do trabalho de vigilância, assistência à Saúde, comunicação e mobilização social, no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e do mosquito pólvora (ou maruim), que transmite a febre oropouche, doença diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024.
Assim, visando prevenir o cenário epidemiológico dessas doenças, no período das chuvas e calor intenso, propício à proliferação do mosquito, supervisores do trabalho de campo dos Agentes de Combate às Endemias (ACE) de oito regionais de saúde do estado de Minas Gerais, participaram da qualificação de alinhamento e formação que ocorreu nem Uberaba, na última semana (16 a 20/9). Profissionais de Alfenas, Ituiutaba, Passos, Patos de Minas, Pedra Azul, Pouso Alegre, Uberlândia e Uberaba, assistiram aulas teóricas e práticas, atividades em grupos, discussões coletivas e trabalho de campo.
A equipe da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e do Ministério da Saúde que foi responsável pelo treinamento abordou temas como reconhecimento de território para o trabalho de campo, processos de trabalho e planejamento de operações, pontos estratégicos, o papel das equipes de entomologia, análise de dados e comunicação com a população, UBV veicular, tratamento focal, gestão de insumos e recursos, resistência a inseticidas, entre outros.
Danielle Capistrano, coordenadora de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial da SES-MG, explica que o foco do curso é a prevenção das doenças realizada pelas equipes de controle vetorial, mobilização e comunicação social. Segundo ela, “é preciso uma mudança de comportamento, de cuidado com o ambiente, das atividades de rotina do ACE e uma população mais engajada nas práticas de eliminação de qualquer recipiente que possa acumular água e ser criadouro de mosquitos”.
Enquanto isso, Adriana Álvares Souza e Silva, referência técnica em Arboviroses da Unidade Regional de Saúde (URS) de Patos de Minas, ratifica que “a importância desse treinamento, é melhorar o enfrentamento para o próximo período, podendo analisar o que deu certo e o que pode melhorar”. Nesse sentido, segundo a referência técnica, os supervisores são pessoas chave, que intermediam a relação entre os ACE e a gestão municipal, corrigindo e propondo melhorias.
Ainda de acordo com Adriana Silva, outra questão importante para aprender, é sobre o uso dos drones, analisando o custo e benefício de suas melhorias, que possibilitam a agilidade nas ações de combate aos focos e atuação nos momentos mais críticos.
Nos 27 municípios da Regional de Saúde de Uberaba, ocorreram 23.539 casos confirmados de dengue, com 49 óbitos confirmados e 19 em investigação, além de 1.034 casos de chikungunya, com 6 óbitos confirmados, mais 1 em investigação, ao longo de 2024. Não foram registrados casos de zika, nem febre oropouche.