A meta é vacinar pelo menos 90% dos cães e gatos

A Campanha de vacinação contra a raiva animal teve início nesta segunda-feira, 1º de julho de 2024, na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni (32 municípios). A meta é vacinar pelo menos 90% dos cães e gatos até o dia 14 de agosto.

Com o objetivo de fortalecer a estratégia de vacinação no território e garantir a participação efetiva da comunidade na campanha, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni promoveu uma reunião técnica com coordenadores de epidemiologia, de endemias e de imunização dos 32 municípios pertencentes à unidade, no dia 20 de junho. Na ocasião, foram repassadas orientações sobre manejo clínico da raiva humana e outros animais, além das informações sobre a campanha de vacinação contra raiva animal 2024.

A enfermeira e referência técnica da pasta, no âmbito regional, Maryana Prates, destacou que em 2023 a Regional foi a sexta entre as 28 unidades regionais do estado com maior percentual de cobertura vacinal contra a raiva animal, alcançando 102% de cobertura em cães e 107% em gatos. “Esperamos o mesmo desempenho este ano”, pontuou.

Divulgação Município Poté

A programação dos municípios pertencentes à SRS de Teófilo Otoni que irão realizar o dia D está disponível neste link: https://drive.google.com/file/d/1cTT9_Gp2BfyIVAnoDmiKlD8XpnyHnLFz/view?usp=sharing

Mas, afinal o que é a raiva e como ela é transmitida?

A raiva é uma doença causada por um vírus (da família Rhabdoviridae) que penetra no organismo através da pele ou de mucosas, comprometendo o sistema nervoso central, levando à morte em quase 100% dos casos. O homem e outros animais mamíferos como, por exemplo, cães, gatos e morcegos, podem contrair a doença que é transmitida, na maioria dos casos, pela mordedura, arranhadura ou lambedura do animal infectado.

Em caso de acidentes envolvendo pessoas, a orientação é lavar a ferida com água e sabão e procurar a unidade básica de saúde mais próxima para avaliação do ferimento e adoção de medidas cabíveis, como a vacinação. Os cães e gatos devem ser observados durante 10 dias. Caso manifestem algum comportamento diferente, ou desapareçam da residência, torna-se necessário e imprescindível comunicar os serviços de saúde pois pode ser um sinal de alerta da doença.

Sobre os sintomas da raiva nos animais, os mais comuns são: dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento e hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras. Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”. Já o morcego quando está doente passa a circular durante o dia, em hora e locais não habituais.

No homem, o início dos sintomas caracteriza-se pela transformação de caráter, inquietação, perturbação do sono, sonhos tenebrosos, alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura; essas alterações duram de 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações, acompanhado de febre e crises convulsivas periódicas.

Cenário epidemiológico

A raiva está presente em todos os continentes e afeta mais de 150 países. No mundo, a doença é responsável por cerca de 60.000 mortes humanas anualmente e na maioria dos casos, os cães são a principal fonte de infecção. ​

Nos últimos cinco anos, foram registrados 11 casos de raiva humana no Brasil e cinco em Minas Gerais. Com relação à raiva animal, 94 casos (61 cães e 33 gatos) foram registrados no país e sete (cinco gatos e dois cães), em Minas Gerais, entre 2018 a 2022.

Prevenção

A raiva é uma doença grave, que em quase 100% dos casos pode levar à morte. A enfermeira Maryana Prates, enfatiza que é possível interromper o ciclo de transmissão da doença na área urbana por meio da vacinação em cães e gatos. “A vacinação antirrábica em cães e gatos é a principal medida de prevenção dos animais contra a raiva e consequentemente de proteção ao homem, convidamos a população a levar seu animal de estimação ao posto fixo de vacinação mais próximo, informado pela secretaria municipal de saúde” declara Maryana.

Por Déborah Ramos Goecking