A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha esteve presente na terça-feira, 19/6, na I Plenária Municipal de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, realizada pela Comissão Intersetorial de Educação Permanente em Saúde (Cieps), do Conselho Municipal de Saúde de Varginha (CMSV) em parceria com a Semus (Secretaria Municipal de Saúde de Varginha).

O evento, realizado no Theatro Municipal Capitólio, corresponde à etapa municipal das Conferências Estadual e Nacional e teve como tema "Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que faz o SUS acontecer".

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Pela SRS Varginha estiveram presentes o superintendente Luiz Paulo Riceputti Alcântara; Debora Aparecida de Araújo Silva Santos, referência técnica em Educação Permanente; Patrícia Pereira Alves Carneiro, referência técnica em Saúde do Trabalhador,; Thayane Viana de Carvalho Lenzi, da Assessoria de Desenvolvimento, Estratégia e Comunicação Social (Adecs); e Adriana de Faria Nogueira Luz, referência técnica em Educação Permanente. Luiz Paulo, Adriana e Debora fizeram parte da composição de mesa de abertura do evento.

O superintendente da SRS Varginha ressaltou a importância do espaço de participação coletiva na construção de melhorias ao Sistema Único de Saúde (SUS). “São novos tempos, há uma institucionalização ministerial da política de valorização da gestão do trabalho e educação permanente, bem como um Plano Estadual versando sobre essas questões tão estratégicas para o SUS. Nós precisamos, inclusive, atender a legislação estruturante do Sistema, que coloca como um dos papéis do SUS ordenar e regular a formação de recursos humanos para a saúde”.

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Luiz Paulo Riceputti Alcântara enfatiza que é preciso conhecer as diferenças de realidades dentro do território e buscar formar um perfil de profissional para atuar de acordo com essas complexidades, inclusive epidemiológicas e demográficas, que temos em Minas Gerais e no Brasil. “Nós precisamos que o SUS retome as rédeas de um papel que ele nunca exerceu de forma efetiva, ou ainda incipiente. Cabe a ele deliberar sobre a abertura de novos cursos da saúde, sobre o conteúdo destes cursos, obviamente juntamente com o Ministério da Educação, em uma atuação intersetorial, que gere formação condizente com a necessidade de saúde da população”, detalha.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Varginha (CMSV), Claúdio Miranda Souza, retratou o evento como uma forma de lutar contra as dificuldades do Sistema Único de Saúde (SUS). “Essa é a grande marca do Sistema Único de Saúde, realizar apesar de todas as dificuldades. Nós estamos aqui hoje organizados para discutir saúde e educação permanente do trabalho. Vamos pensar nas pessoas que sustentam os SUS, os trabalhadores, aqueles que lutam pela garantia da vida na maior política pública de saúde do mundo”.

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Lourdes Machado, psicóloga e presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) em sua apresentação destacou a presença da mulher nos cuidados em saúde, tanto no percentual expressivo de mulheres profissionais de saúde, quanto nas relações de cuidado estabelecidas nos núcleos familiares, enfatizando a importância de cuidar daqueles e daquelas que cuidam dos que estão adoecidos.

A referência técnica em educação permanente da SRS Varginha, Adriana Luz, também fez uma apresentação para contribuir nas plenárias. Ela detalhou que a SES-MG tem uma proposta de plano macrorregional de educação permanente e gestão do trabalho.

Adriana Luz destacou a importância da educação permanente dos profissionais, da avaliação e revisão contínua das condições de trabalho, passando pela efetivação de planos de cargos e carreira, cuidados com a saúde laboral e mental do trabalhador. “Nossa missão enquanto SES-MG é conseguir estimular que os nossos municípios desenvolvam ações de educação permanente e gestão do trabalho”, reforçou.

Questões sociais e culturais que podem dificultar o acesso de determinados públicos aos serviços de saúde foram também abordadas pela referência técnica. Para ela, é fundamental a qualificação das equipes, que ainda têm dificuldade em lidar com determinados públicos.

“Muitos municípios me perguntam, qual a diferença de equidade para igualdade? Igualdade é aquilo que todos nós temos. Então, se eu faço um ato de imunização, eu tenho uma igualdade porque apesar das vacinas serem para públicos diferentes, todos nós temos acesso a elas”, disse. Adriana Luz ressaltou que a equidade está muito relacionada à possibilidade de retirar as barreiras, sejam elas físicas, sociais, culturais, para o atendimento da população.

Também foram mencionadas no evento a preocupação com a sobrecarga de trabalho, especialmente dos profissionais de saúde, no contexto da pandemia e epidemias vivenciadas recentemente, que está refletida, inclusive, em números de adoecimentos, afastamentos e até mesmo autoextermínio.

Na segunda etapa do evento, os participantes discutiram, levantaram propostas e elegeram os delegados para a etapa estadual. A 4ª Conferência Estadual de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde ocorre de 28 a 31 de agosto. Já a etapa nacional, com a 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, será de 10 a 13 de dezembro.

Por Thayane Viana de Carvalho Lenzi / Fotos: Thayane Viana