Sete hospitais do Norte de Minas foram selecionados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para participação, no triênio 2024-2026, nos projetos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O programa foi criado em 2009 pelo Ministério da Saúde (MS) com o objetivo de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de profissionais, pesquisas, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada.


De acordo com a Deliberação 4.722, publicada no dia 7 de junho pela Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), entre 21 instituições selecionadas em Minas Gerais para a implementação do Projeto Lean nas Emergências, estão o Hospital Dr. Moisés Magalhães Freire, sediado em Pirapora, e o Hospital Regional de Janaúba. Os hospitais Senhora Santana, de Brasília de Minas, e a Santa Casa de Montes Claros foram selecionados na terceira e nona posições, respectivamente, como instituições excedentes. Elas ainda poderão passar a integrar esse segmento do programa caso outros hospitais desistam.

Hospital Aroldo Tourinho

O Lean nas Emergências, implementado pelos hospitais Moinhos de Vento, de Porto Alegre, Sírio-Libanês e Beneficência Portuguesa, de São Paulo, objetiva reduzir os níveis de superlotação nos serviços de urgência e emergência, com a diminuição do tempo de passagem do paciente entre o momento de admissão, a chegada a um leito em unidade de internação e a alta hospitalar.
Trata-se de uma filosofia de gestão que utiliza princípios e técnicas para a melhoria de processos baseado em tempo e valor, desenhada para assegurar fluxos contínuos e eliminar tanto desperdícios quanto atividades de baixo valor agregado. No triênio 2018-2020, dados do Proadi-SUS revelam que 102 hospitais participaram do projeto Lean nas Emergências, com o envolvimento de 1,4 mil profissionais de saúde.

“De maneira geral, os hospitais beneficiados tiveram, em média, redução de 38% no índice de superlotação; queda de 41% no tempo médio de permanência daqueles pacientes que entraram no serviço de urgência e demandaram internação e diminuição de 21% no tempo médio entre a chegada do paciente ao serviço e primeiro contato com equipe médica”, revelam dados do Proadi-SUS.

Saúde em Nossas Mãos
Já para a implementação do projeto “Saúde em Nossas Mãos”, cinco instituições norte-mineiras foram selecionadas dentro das 39 vagas disponíveis: Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan); Santa Casa; Hospital Universitário Clemente de Faria; Hospital Aroldo Tourinho e Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, sediados em Montes Claros.

Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS), o projeto “Saúde em Nossas Mãos” visa reduzir, em médio prazo, a incidência dos principais indicadores de infecção hospitalar, além de demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a iniciativa objetiva contribuir para a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança dos pacientes.

Entre outras atividades, são compostas equipes multidisciplinares nas diferentes áreas de interesse em torno das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), além da nomeação de líderes de projeto em cada hospital. Eles são os responsáveis por engajar as equipes e estimular a implementação de práticas seguras a partir de metodologias e ferramentas específicas de qualidade e segurança do paciente.

O programa
O Proadi-SUS reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Beneficência Portuguesa; Hcor; Hospital Israelita Albert Einsten; Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Em 13 anos os hospitais participantes do Programa investiram cerca de R$ 7,9 bilhões de recursos próprios no SUS. Os valores são correspondentes à imunidade aos tributos PIS, Cofins e Cota Patronal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre 2009 e 2022, foram executados cerca de 750 projetos.

Segundo a coordenação do Proadi-SUS, entre os principais benefícios alcançados destacam-se: redução das filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos.

Por Pedro Ricardo / Foto: Pedro Ricardo