A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha esteve presente na primeira semana de junho em eventos sobre meio ambiente, abordando a relação entre mudanças climáticas, qualidade da água para consumo e a saúde pública.

O coordenador de Vigilância em Saúde da SRS, Demétrio Junqueira, participou na terça-feira (4/6), do 3º debate sobre águas no Sul de Minas, mobilizado pelo Coletivo Rio Verde Vivo e realizado na Câmara Municipal de Varginha com a presença de diversos órgãos municipais, estaduais e privados da região. No dia mundial do meio ambiente, 5 de junho, o coordenador participou do I Fórum de Varginha sobre mudanças climáticas, promovido pela prefeitura.

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Um dos pontos abordados por Demétrio Junqueira nesses eventos foi a qualidade da água como fator fundamental para a saúde. “Além das questões de potabilidade para consumo humano, destacamos a importância do monitoramento das atividades agrícolas na nossa região, em função do uso de agrotóxicos”.

O coordenador também enfatizou a importância do alinhamento entre a vigilância em saúde e a defesa civil, para a prevenção de acometimento de doenças em casos de desastres naturais. “Recentemente foi amplamente abordada pela mídia essa necessidade, em situações como a do Rio Grande do Sul. Minas Gerais tem o Plano Estadual de Vigilância de Desastres Naturais, com referências regionais, no qual respondo pela região de Varginha e seus 50 municípios”, completou.

Demétrio abordou a cronologia das ações que envolvem a saúde nesses casos de desastres, para os quais precisam haver alinhamentos. “Nas primeiras horas há o foco nas lesões e socorros voltados para a rede de urgência e emergência. Posteriormente, nas doenças diarreicas agudas e, passado o período de incubação de aproximadamente uma semana, há as demandas de atendimentos das doenças infecciosas, dando destaque para a leptospirose”, detalha.

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Ele abordou ainda as arboviroses, com os focos e deslocamentos de larvas em casos pós-enchente, doenças de pele e atenção necessária aos abrigos. “Como em relação às doenças respiratórias, infecções alimentares e outras que podem vir das dificuldades de higiene nas aglomerações de pessoas, vê-se que é necessária uma série de ações de saúde pública para amenizar os impactos, que podem ter consequências por meses, inclusive no que tange à saúde mental”, alerta o coordenador de Vigilância em Saúde.

Por isso, Demétrio Junqueira ressalta que a regional de Varginha está preparada para essa vigilância de desastres naturais, sempre orientando e colaborando com os municípios da nossa área de atuação.

A participação nesses eventos mostrou os impactos das mudanças climáticas nas questões de saúde. Abordando que neste ano vivemos a maior epidemia de dengue da história do Brasil, com influência do fenômeno La nina, com chuvas menos torrenciais e mais distantes umas das outras, o que favoreceu a antecipação do ciclo das arboviroses.

Atuação do Governo de Minas
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), vai investir, entre 2024 e 2025, cerca de R$ 70 milhões em ações de vigilância em saúde ambiental nos municípios. Esses recursos vão custear ações para garantir a qualidade da água, do ar e a prevenção de agravos no contexto de desastres. Os critérios para distribuição e aplicação dos recursos nos municípios estão na Resolução nº 9.528, de 15 de maio de 2024, que define as regras de financiamento do Programa de Vigilância em Saúde Ambiental no estado de Minas Gerais.

Como parte do planejamento para o enfrentamento de situações de calamidade, a SES-MG conta ainda com o Plano de Preparação e Resposta ao Período Chuvoso, elaborado em 2020 e o Plano de Preparação e Resposta ao Período de Seca/Estiagem, elaborado em 2022.

Por Thayane Viana de Carvalho Lenzi / Fotos: Thayane Viana de Carvalho Lenzi e divulgação Câmara Municipal de Varginha - Coletivo Rio Verde Vivo