A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses, e a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde (CVS) e do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi), realizaram um treinamento para uso do inseticida à base de permetrina. A capacitação ocorreu  no período de 20 a 23/5, no salão nobre Professor Arduíno Bolivar, em Viçosa, onde Agentes de endemias dos 30 municípios da área da SRS Ponte Nova puderam ter acesso a um vasto conteúdo teórico e prático, que culminou na aplicação de 60L do inseticida em 1.200 residências de Viçosa.

Segundo a referência técnica estadual de Controle Vetorial, Dionísio Costa Pacelli, o sistema Aerosystem utiliza a permetrina 0,5% em formulação “líquido premido”, na modalidade de aplicação intradomiciliar, visando eliminar os mosquitos adultos transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya. A modalidade de aplicação é uma metodologia complementar às atividades de combate e controle do Aedes, adotada em Minas Gerais desde o ano 2018. Conforme estudos recentes, 80% das fêmeas do Aedes aegypti permanecem em repouso dentro das casas, alojadas em pias, debaixo de camas, atrás de armários e protegidas da luz e do calor.

03.06.2024-Capacitação perpetrina-Paloma Gesualdo

“O controle químico deve ser planejado e aplicado somente após as ações de manejo ambiental. Também é importante lembrar que, embora tenhamos essa ferramenta de controle vetorial, a participação da comunidade, devidamente motivada pelas ações de comunicação e mobilização social, é o processo mais efetivo que temos”, destacou.

Aplicação
Sobre a aplicação, Dionísio informou que o Agente de Combate a Endemias (ACE) obrigatoriamente deverá portar, quando da aplicação da permetrina, os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) recomendados pelo fabricante, como máscara facial completa (em caso de máscara semifacial, utilizar óculos de proteção), macacão, hidrorrepelente, bota impermeável, luvas de nitrila e touca árabe. “A aplicação deverá seguir procedimentos constantes no manual de aplicação e a SRS deverá supervisionar junto ao município todo o processo, desde o planejamento das áreas a serem trabalhadas, passando pela aplicação até o monitoramento das atividades”, frisou a referência técnica.

Em relação às indicações para uso, a referência estadual orientou que a utilização intradomiciliar pode ser realizada quando bairros ou localidades apresentarem índice de infestação do LIRAa/LIA superior a 3,9%, nos primeiros casos suspeitos de chikungunya/zika, ou na confirmação de circulação de sorotipo da dengue sem circulação no território nos últimos três anos. “Por se tratar de um aparelho aplicador leve, que não demanda combustível e funciona à base de pressão, temos geralmente uma quantidade ideal e constante de inseticida, minimizando alterações de vazão. Além disso, o aplicar chega a 5 kg quando carregado completamente, o que é considerada uma carga leve do ponto de vista da questão ergonômica e da saúde do trabalhador”, opinou.

Além da participação de Dionísio Pacelli, o treinamento também contou com integrantes da SRS Ponte Nova para ministrar os seguintes conteúdos: Vigilância das Epizootias, pela coordenadora da CVS Graziele Dias; Cenário Epidemiológico das Arboviroses e programação LIRAa/LIA, pela referência técnica em Arboviroses Paloma Gesualdo; e Ações de Campo para Controle Vetorial, pelo supervisor de campo do Ministério da Saúde (MS), Geraldo Caldas.

Por Tarsis Murad / Foto: Paloma Gesualdo