Com público estimado em 71.525 crianças com idade inferior a cinco anos para serem imunizadas em 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, já está em andamento a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. Os trabalhos foram iniciados segunda-feira (27/5), e prosseguem até o dia 14/6.

O dia “D” de divulgação nacional da campanha está marcado para o dia 8/6, visando mobilizar pais e responsáveis por crianças para a atualização do esquema vacinal. Em Minas Gerais, o público estimado é de 1,4 milhão de crianças. Já em Montes Claros, município polo da macrorregião de Saúde Norte, a estimativa é de que 24 mil crianças devem ter o cartão de vacina atualizado.

28.05.2024-Vacina polio-SES-MG

A coordenadora de Vigilância em Saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no país, as secretarias municipais de saúde precisam reforçar as estratégias de vacinação uma vez que, nos últimos anos, as taxas de coberturas vacinais em todo o país ficaram abaixo do percentual mínimo de 95%, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). Em Minas Gerais, por exemplo, no ano passado a taxa de cobertura vacinal ficou em 87,50%.

“Para alcançar a meta de vacinar 95% das crianças os municípios devem adotar diversas estratégias visando a redução dos bolsões de não vacinados, aumento das coberturas vacinais e homogeneidade”, observa a coordenadora. Agna Menezes ressalta ainda que os profissionais das secretarias municipais de saúde conhecem a realidade dos territórios onde trabalham e, por isso, devem adotar as estratégias mais adequadas para alcançar as crianças que precisam ser vacinadas.

Para obtenção de maior envolvimento da sociedade na campanha de vacinação, “os municípios devem articular ações com os conselhos municipais de saúde e de educação, lideranças comunitárias, associações e líderes religiosos com o objetivo de planejar a vacinação fora das unidades de saúde, a exemplo de creches e escolas”, pontua Agna Menezes. A ampliação dos pontos de vacinação e o funcionamento em horário estendido e aos finais de semana também são outras estratégias recomendadas.

Durante a campanha, os municípios deverão viabilizar o registro das vacinas aplicadas de forma nominal, com a utilização do Cartão Nacional de Saúde (CNS) ou o Cadastro de Pessoa Física (CPF) da criança. As informações serão enviadas para a Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS) e serão disponibilizados relatórios para uso de profissionais e gestores das três esferas de governo (União, estados e municípios), além de inserção dos dados na Carteira Nacional de Vacinação Digital da criança.

A doença
A poliomielite é uma doença grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida, causada pelo poliovírus selvagem (PVC) tipos 1, 2 ou 3, que, em geral, acomete os membros inferiores de forma assimétrica e irreversível.

O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989 e, em 1994, o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. “No entanto, em 2023 o país foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas, como de alto risco para a reintrodução do poliovírus selvagem, considerando o desempenho das coberturas vacinais”, alerta o Ministério da Saúde.

A pasta avalia que “a realização da campanha neste momento é de suma importância, uma vez que o país se encontra em processo de transição para a substituição das duas doses de reforço da vacina oral poliomielite (VOP) para um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP). Essa medida será adotada no segundo semestre de 2024, quando o esquema vacinal e a dose de reforço serão feitos exclusivamente com a VIP”.

Por Pedro Ricardo / Foto: SES-MG