O enfrentamento às arboviroses é responsabilidade de todos - cidadãos, poder público e toda a sociedade. As arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que incluem os vírus da dengue, zika e chikungunya. A eliminação dos locais de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor dessas doenças, é a principal estratégia para diminuir a incidência de casos.
Diante do cenário preocupante enfrentado em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Unidade Regional de Saúde de Uberlândia, promoveu, no dia 24/2, a ação Minas Unida no Combate ao Mosquito, mobilizando a população e profissionais de saúde de seis municípios, principalmente em Uberlândia, município sede da macrorregião Triângulo do Norte. Os demais cinco municípios foram: Araguari, Coromandel, Abadia dos Dourados, Iraí de Minas e Tupaciguara.
Marcelo José Pires Ferreira, superintendente regional de saúde de Uberlândia, destacou a importância da colaboração da população para a redução dos casos de dengue e chikungunya. “Nosso objetivo é combater o foco do mosquito Aedes aegypti. É super importante a adesão da população às ações de mobilização, porque a maioria dos focos do mosquito encontra-se no interior das casas ou seja mais de 80% dos focos estão nas residências. Por isso é muito importante que os moradores abram as portas para os agentes de endemias”, disse o superintendente.
Ao longo da semana, a equipe de zoonoses de Uberlândia visitou os imóveis e, com o apoio da Associação do Bairro Guarani, fez mobilização nas escolas, comércio, feira livre, na Unidade Básica de Saúde (UBS) e no Centro Educacional de Assistência Integrada ao Idoso (CEAI) para informar cerca de 9 mil moradores da comunidade sobre o Dia D, no qual a população pode descartar, na porta de suas casas, os materiais inservíveis para o recolhimento pela Prefeitura.
Neste sábado, 24/2, além da orientação de casa em casa, realizada por 100 gentes de endemias, houve a continuidade da parceria com 36º Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec) para o mapeamento e monitoramento dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, com o uso de drones, para ampliar a capacidade de detecção dos pontos de risco do bairro. Em poucos minutos de trabalho, foram encontradas telhas quebradas, caixa d´água destampadas e piscinas sem tratamento clorado. O relatório gerado será analisado para desencadear novas ações naqueles pontos nos próximos dias.
Celisvaldo da Silva, de 51 anos, é da liderança do bairro Guarani, em Uberlândia, e participou ativamente do Dia D. Além de receber os agentes em sua residência, ele divulgou vídeos da ação nos grupos de moradores da comunidade, deixando o seu recado. “É muito importante essa ação aqui hoje. Nós temos muitos casos de pessoas com dengue, inclusive na própria família. Sem dúvida nenhuma temos que ajudar o pessoal da zoonoses. Que os moradores possam abrir suas casas para que o pessoal possa fazer a visita e orientar, pois às vezes acham foco aonde a gente, mesmo tentando ajudar, não consegue achar. A orientação deles é muito importante”, comentou o morador do bairro Guarani.
A programação completa pode ser conferida no site da SES: www.saude.mg.gov.br/aedes
Balanço do Dia D na região
Durante o Dia D, nas seis cidades mobilizadas da Unidade Regional de Saúde (URS) de Uberlândia, a ação contou com uma área de abrangência composta por cerca de 18.480 imóveis e, pelo menos, 35 mil pessoas orientadas. Participaram da estratégia importantes parceiros, como as demais secretarias municipais, escolas, entidades religiosas, empresas, associação de moradores e imprensa.
Cenário epidemiológico da dengue e chikungunya
Nos 18 municípios que compõem a URS Uberlândia, até o dia 22/2, foram registrados 8.910 casos prováveis de dengue, desses, 5.724 casos foram confirmados e 12 óbitos em investigação para a doença. Foram notificados 619 casos prováveis de chikungunya, destes, 245 foram confirmados e há um óbito em investigação para a doença.
Por Lilian Cunha
