Na quinta-feira, dia 5/2, o Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) foi palco da da Oficina para Construção dos Planos Municipais de Contingência das Arbovirose, promovida pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Patos de Minas. A oficina reuniu secretários municipais de saúde e referências técnicas da Vigilância Epidemiológica, mobilização social e Atenção Primária à Saúde (APS) dos 21 municípios pertencentes à região.

Com o objetivo fortalecer e nortear a elaboração dos planos de contingência das arboviroses, como a dengue, zika e chikungunya, a iniciativa contou com a participação dos representantes dos municípios com o comprometimento regional para lidar efetivamente com o combate às arboviroses, o que representam um desafio constante para a saúde pública.

Taisse de Oliveira Araújo, coordenadora da Vigilância em Saúde e Atenção Primária do município de Lagoa Grande, explicou que “a oficina para a construção do  Plano Municipal de Contingência das Arbovirose (PMC) foi separada por municípios próximos com a realidade e referências técnicas da URS Patos de Minas”.  A coordenadora informou também que a iniciativa possibilitou o esclarecimento de dúvidas em relação às ações e metas. “Todos os municípios foram orientados a fazer correção do diagnóstico situacional de acordo com a realidade local”, disse.

Oficina Arboviroses Eixo Gestão e Comunicação e Mobilização Social

O evento foi estruturado em dois momentos distintos, visando proporcionar uma abordagem abrangente e participativa. Inicialmente, todos os municípios participaram de um momento introdutório, no qual foi apresentado o cenário epidemiológico das arboviroses nos municípios participantes. Essa contextualização permitiu melhor compreensão dos desafios enfrentados por cada localidade, subsidiando as discussões e ações a serem tomadas.

Posteriormente, os participantes foram divididos em três grupos, cada um composto por sete municípios, para a realização de oficinas específicas que foram segmentadas de acordo com os eixos fundamentais para a eficácia dos planos de contingência.

 

Gestão e Comunicação e Mobilização Social

Nesse eixo, enfoca a importância da organização administrativa e da comunicação eficaz para mobilizar a população e os recursos necessários para o combate às arboviroses. Estratégias de comunicação e formas de engajamento comunitário foram discutidas para garantir uma resposta coordenada e ágil diante dos surtos.

 

Oficina Arboviroses Eixo Assistência e Regulação

Assistência e regulação

Neste eixo, as discussões se concentraram na garantia de uma assistência de qualidade aos pacientes afetados pelas arboviroses, bem como na regulação eficiente dos serviços de saúde. A integração dos diferentes níveis de atenção, o manejo clínico adequado e a organização dos fluxos de atendimento foram pontos centrais abordados durante as oficinas.

 

Vigilância em Saúde, Controle Vetorial e Laboratorial

A vigilância epidemiológica, o controle vetorial e a realização de exames laboratoriais são pilares fundamentais para o monitoramento e o controle das arboviroses. Neste eixo, foram discutidas estratégias para aprimorar a detecção precoce de casos, a identificação de focos de proliferação do mosquito transmissor e a garantia da qualidade dos diagnósticos laboratoriais.

A divisão em grupos permitiu uma abordagem mais detalhada e participativa, proporcionando espaço para a troca de experiências e a construção colaborativa de soluções. Ao final das oficinas, cada grupo apresentou as diretrizes do plano de contingência elaborado, que serão consolidadas em um documento único a ser implementado pelos municípios da região.

Para a Superintendente Regional de Saúde, Maíra Lemos, “envolver todos os atores da gestão no alinhamento das ações de enfrentamento das arboviroses é essencial para o sucesso das práticas”. Ela ressalta ainda que ‘’é necessário que todos façam parte da elaboração do plano de contingência, que guiará as equipes no dia a dia. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tem investido em novas tecnologias, como os drones,, mas é fundamental que as ações de rotina sejam feitas, bem como a sensibilização da comunidade".

Na Oficina para Construção dos Planos Municipais de Contingência das Arboviroses, Maíra Lemos, juntamente com os participantes, firmaram alguns compromissos  importantes para fortalecer a resposta dos municípios diante dessas doenças. Primeiramente, ficou acordado que serão realizadas oficinas de replicação em cada município, com todos os servidores envolvidos, a fim de disseminar conhecimento e garantir uma abordagem unificada. Além disso, será priorizada a efetivação do funcionamento dos Comitês Municipais de Arboviroses responsáveis pela coordenação das ações de combate a estas doenças. 

Também foi acordada a instituição de um programa de educação permanente, que incluirá a discussão de casos clínicos e estratégias de atuação para aprimorar o conhecimento e as habilidades dos profissionais de saúde. Por fim, cada município se comprometeu a entregar um plano de contingência validado e assinado, como parte do compromisso coletivo de fortalecer o combate às arboviroses e proteger a saúde da população.

A oficina promovida pela Superintendência Regional de Saúde de Patos de Minas representa uma iniciativa importante no fortalecimento da capacidade de resposta dos municípios frente às arboviroses. A união de esforços, o compartilhamento de conhecimentos e a elaboração conjunta de estratégias marcam o compromisso coletivo em proteger a saúde da população e enfrentar os desafios impostos por essas doenças transmitidas por vetores.

 

Por Pedro Lucas