Com o objetivo de acompanhar as ações desenvolvidas para o enfrentamento da dengue e outras arboviroses na região e colaborar para o estabelecimento de novas ações e estratégias, o Comitê Regional de Enfrentamento das Arboviroses (Crea) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos iniciou uma série de reuniões com as equipes técnicas municipais. O primeiro encontro foi realizado no auditório da SRS Passos, no dia 16/11, com a diretoria de Saúde Coletiva e coordenadores de Vigilância em Saúde, Epidemiologia e Atenção Primária à Saúde (APS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Passos.

 Segundo a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Passos, Márcia Aparecida Silva Viana, a reunião teve como base os indicadores de dengue, chikungunya, zika e febre amarela, pelos quais foi avaliada a possibilidade de ocorrência de surtos ou epidemias nos municípios na próxima estação do verão. “Os municípios que forem classificados com essa possibilidade de surto ou epidemia serão convocados pelo Crea para que sejam analisadas as condições de enfrentamento das arboviroses nesse período sazonal”, disse a coordenadora.

Com um cenário de 12.644 casos prováveis de dengue, sete de chikungunya, um de zika vírus e nove óbitos confirmados por dengue neste ano, conforme o Boletim Epidemiológico das Arboviroses Urbanas Nº 297, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Passos foi escolhido para o início desse trabalho. Os demais municípios que tiveram alta incidência de dengue serão convidados em outras datas a serem definidas pelo Crea.

Reunião do Comitê de Arboviroses da SRS Passos com representantes de Passos

Márcia Silva explica que, “identificadas as potencialidades e fragilidades dos municípios, será construído um plano de ação visando manter as potencialidades e fortalecer naquilo que houver fragilidade. A partir daí o município colocará esse plano de ação em desenvolvimento para evitar o aumento do número de casos em seu território”.

 Para a coordenadora do Nuvepi, os municípios poderão planejar as novas ações e estratégias contra as arboviroses a partir do conhecimento de sua realidade entomológica e dos resultados do trabalho de controle vetorial. “As arboviroses só acontecem devido à presença do mosquito Aedes aegypti no meio ambiente. Em se conhecendo os indicadores que apontam para sua infestação, deve-se planejar as ações para seu extermínio”, explica.

A coordenadora técnica do Crea, Patrícia Mendes Costa, informa que novas reuniões serão realizadas com os demais municípios, aproveitando que o momento é de avaliação do período passado, discussões e planejamento para um novo cenário das arboviroses. “Estamos no momento oportuno para o planejamento de ações para o próximo período sazonal da doença. Também é uma oportunidade para reflexões sobre o que foi realizado na epidemia vivenciada em 2023 e para reestruturar processos de trabalho e ações em pontos com vulnerabilidades identificadas”, disse Patrícia Costa.

Também para o diretor de Saúde Coletiva, Bruno Teixeira Guimarães, e para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Paula Fabiana Tavares Freitas Santos, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Passos, o cenário levantado da dengue e outras arboviroses e as projeções para o próximo período vão contribuir para a construção de um plano que possa afastar novos riscos das doenças. “A reunião foi muito positiva por pontuar o que precisa ser melhorado em nosso município. Agora é planejar o trabalho e executar as ações”, disse Bruno Guimarães.

“Essas reuniões devem ocorrer com mais frequência porque isso é o Sistema Único de Saúde (SUS). É uma discussão de ideias, alinhamento de decisões e análise de situações, não só do município, mas de toda a região, para que as tomadas de decisões sejam adequadas e assertivas, a fim de evitarmos uma epidemia em nosso município”, disse Paula Fabiana.

Neste ano, vários municípios da Regional de Saúde de Passos enfrentaram um grande volume de casos prováveis de dengue, o que levou a SES-MG a liberar veículos e equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV pesado) para combater o mosquito Aedes aegypti. Em Passos, foi utilizada até mesmo a Força Estadual de Enfrentamento às Arboviroses, da SES-MG.

Por Enio Modesto