Disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS) têm ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade, utilizando recursos naturais como as ervas na fitoterapia, os exercícios físicos, entre outros. Com foco na prevenção e promoção da saúde, municípios da microrregião de saúde de Pirapora ampliam a oferta destas práticas para a população.
Práticas Integrativas e Complementares de Saúde é a nomenclatura utilizada no Brasil para denominar as práticas da medicina complementar com diferentes origens geográficas, culturais e históricas que utilizam de diferentes recursos e abordagens, buscando estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras. Ao todo o SUS disponibiliza gratuitamente para a população 29 práticas terapêuticas.
“Nesta perspectiva de ampliação e diversificação, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC-SUS) tem se direcionado sobretudo na Atenção Primária à Saúde (APS), que é o locus da prevenção, promoção da saúde e o lugar onde se faz o cuidado ao longo da vida. Acredita-se que as PICS serão ferramentas importantes para solucionar com efetividade o cuidado e fortalecer as ações nesse nível de assistência”, observou Maria Zilma, referência técnica regional de PICS da GRS Pirapora.
Para Valéria de Souza Corrêa, superintendente da Atenção Primária à Saúde do município de Pirapora, “a gestão municipal, pensando no bem estar e qualidade de vida dos cidadãos, planejou e iniciou a implementação das Práticas Integrativas e Complementares previstas no SUS. A princípio, iniciaremos com a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), que envolve rodas de conversa, possibilitando que as pessoas encontrem caminhos para solucionar suas dores. A prática foi escolhida visando beneficiar um maior número de pessoas e contando com a expertise da servidora Carla Valéria Soares Vita, em parceria com a Atenção Primária à Saúde do município de Pirapora”, explicou Valéria Corrêa. A superintendente de APS ainda esclarece que o projeto foi apresentado aos profissionais, com a realização de capacitação, e, em seguida, será realizada a primeira roda de TCI com os profissionais que manifestarem desejo de conhecer a terapia. Posteriormente, a TCI será disponibilizada semanalmente à população.
Erinalda Queiroz é Mobilizadora Social no município de Pirapora e também usuária das PICS. Ela relata que as práticas integrativas proporcionam ao paciente uma experiência muito positiva. “Já utilizo as práticas integrativas há nove anos e observei uma melhoria constante na minha saúde mental e emocional, especialmente no tratamento da ansiedade. Fiquei muito feliz em saber que agora teremos essas práticas que nos auxiliam no cuidado da saúde sendo ofertadas pelo SUS e disponíveis à população no meu município”.
Edna Marçal, paciente do município de Santa Fé de Minas, recebe sessões de auriculoterapia pelo SUS e relata que a prática tem lhe ajudado no alívio do estresse e da ansiedade e pretende continuar realizando. “Eu sentia muitas dores no corpo e tinha muita ansiedade. Mesmo realizando várias sessões de fisioterapia, não estava melhorando. Em uma das sessões, o meu fisioterapeuta, que trabalha no município, me falou sobre a auriculoterapia e hoje sou usuária desta prática na Unidade Básica de Saúde (UBS) do meu bairro. O nosso grupo se reúne quinzenalmente para as sessões”.
PICS no Sistema Único de Saúde
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 procedimentos das Práticas Integrativas e Complementares à população. Os atendimentos começam na Atenção Primária à Saúde, principal porta de entrada para o SUS, mas podem estar presentes em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde.
Dentre as práticas coletivas que estão sendo oferecidas na microrregião de saúde de Pirapora, destaca-se a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), que surgiu há 35 anos no Brasil e foi criada pelo psiquiatra Adalberto Barreto em Fortaleza. É uma prática terapêutica coletiva, que envolve os membros da comunidade numa atividade de construção de redes sociais solidárias para promoção da vida e mobilização dos recursos e competências dos indivíduos, famílias e comunidades. A TCI é desenvolvida em formato de roda, visando trabalhar a horizontalidade e a circularidade. Aproveita os recursos da própria comunidade e baseia-se no princípio de que as pessoas possuem problemas, mas também desenvolvem recursos, competências e estratégias para criar soluções para as dificuldades.
A Dança Circular também é outra prática coletiva que vem sendo desenvolvida pelo município de Santa Fé de Minas. Ela é uma prática expressiva corporal que utiliza a dança de roda, o canto e o ritmo para promover a integração humana, o auxílio mútuo e a igualdade, visando ao bem-estar físico, mental, emocional e social. Originária de diferentes culturas, a Dança Circular favorece a aprendizagem e a interconexão harmoniosa entre os participantes. As pessoas dançam juntas, em círculos, e aos poucos começam a internalizar os movimentos, “liberar a mente, o coração, o corpo e o espírito”. Por meio do ritmo, da melodia e dos movimentos delicados e profundos, os integrantes da roda são estimulados a respeitar, aceitar e honrar as diversidades.
Incentivo financeiro estadual aos municípios da microrregião de saúde de Pirapora
Dois dos municípios integrantes da microrregião de saúde de Pirapora, Lassance e Pirapora, foram contemplados na Resolução da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nº 8.374, de 19 de outubro de 2022, que instituiu o incentivo financeiro para apoiar atividades de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na atenção primária à saúde, no estado de Minas Gerais.
Conforme previsto na resolução “o incentivo visa fortalecer a implementação das políticas nacional e estadual de Práticas Integrativas e Complementares, no âmbito da atenção primária à saúde, e contempla os municípios que realizaram e registraram as PICS nos sistemas oficiais de saúde na APS (e-SUS APS)”. Desta forma, os municípios de Lassance e Pirapora receberam R$ 70 mil e R$100mil, respectivamente, como recursos do Governo de Minas.
Para saber mais sobre as práticas integrativas e complementares, acesse https://www.saude.mg.gov.br/pics.
Por GRS Pirapora
