A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Coordenação da Central de Ultra Baixo Volume (UBV), promoveu, no dia 19 de setembro, em Teófilo Otoni, o treinamento de utilização do larvicida Bacillus Thuringienses Israelensis (BTi), um larvicida biológico, capaz de matar as larvas do mosquito sem deixar qualquer tipo de resíduo tóxico, sendo inofensivo a seres humanos, animais domésticos, aves, peixes e plantas.

A referência técnica da Coordenação da Central de UBV da SES-MG, Dionisio Pacceli Costa, participou do evento e explicou que essa iniciativa faz parte do processo de qualificação continuada dos Agentes de Combate a Endemias (ACE), que teve início este ano, em Minas Gerais. A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni foi a 10ª unidade regional contemplada com o treinamento. “Essa proposta nasceu dentro da central de UBV, que percebeu a necessidade das informações chegarem à ponta, ou seja, ao agente de combate às endemias lotados nos municípios, para que eles tenham de posse das informações, uma melhor qualificação para realizar o seu trabalho na rotina do dia a dia”, declarou a referência técnica.

25.09.2023.Teófilo Otoni combate ao mosquito2

Durante o treinamento, foi realizado um levantamento das principais dificuldades encontradas pelos profissionais no controle vetorial, ou seja, no controle de animais capazes de transportar agentes causadores de doenças. Para Sandro Aparecido Rodrigues Fernandes, há 14 anos como ACE no município de Padre Paraíso, a rotatividade de servidor é um dos principais gargalos. “Chega no final do ano, temos que dispensar os funcionários, ficando 15 a 30 dias sem contratação; interrompendo, com isso, o ciclo de trabalho que já estava em andamento no combate ao mosquito transmissor de doenças, como o Aedes aegypti ”, declarou o agente.

Segundo a referência técnica, Dionísio Pacceli, essas dificuldades serão incluídas nas pautas dos próximos treinamentos. “Nós estamos fazendo uma passagem geral sobre o programa e conversando com eles, extraindo dessas conversas aquilo que para eles é gargalo, aquilo que é dúvida, que não está muito bem sedimentado para um ACE executar no dia a dia do seu trabalho. A nossa pretensão é dar continuidade aos treinamentos nos próximos anos”, pontuou. 

Pacceli ressalta que o inseticida é uma das ferramentas que compõem o grupo de controle vetorial e reforça o papel da população como grande aliada. “As pessoas devem ter uma postura de cuidar daquilo que lhe pertence, do seu imóvel, da sua residência, do seu local de trabalho evitando acúmulo de água de qualquer natureza, vasos, lixos jogados em lotes vagos. Essa contribuição da população garante uma parte muito grande do sucesso dos programas de controle vetorial. Poder público e população têm que ser parceiros. O poder público fará a sua parte, mas a população também tem um papel muito importante. É fundamental que ela entenda e abrace essa causa”, declarou.

Por Déborah Ramos Goecking